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2.12.07

Paranoid Park



Gus Van Sant prossegue pelo terceiro filme consecutivo o caminho iniciado com Elephant, esboçando retratos da juventude americana através de uma metodologia cinematográfica muito própria: narrativa não linear, que anda para trás e para a frente, que se repete e intercepta, longos planos destinados a criar o enquadramento estético e psicológico adequado, não a fazerem avançar a narrativa, principalmente de jovens a caminhar, ou a andar de skate, ou sem fazerem nada.
É um cinema que vive das imagens, da banda sonora, dos planos dos rostos dos seus actores, que pretende que o espectador entre no quadro mental das suas personagens (dependendo a aderência deste muito do quanto consegue penetrar neste mundo vazio e alienado que o realizador criou).
Mais do que em 'Elephant', muito mais do que em 'Last Days', pareceu-me que aqui tudo isto funciona muito bem, nesta história de um crime involuntário e dos sentimentos de culpa que ficam a ressoar no seu jovem autor: o rosto sempre um pouco triste e ausente de Gabe Nevins, vai ficar como uma das imagens mais fortes deste ano cinematográfico.
Paranoid Park, E.U.A./França, 2007. Realização: Gus Van Sant. Com: Gabe Nevins, Daniel Liu, Taylor Momsen, Jake Miller, Lauren McKinney, Scott Green.

2 comments:

O Puto said...

Um belo filme. Perfeito equilíbrio entre a contemplação e a narrativa fragmentada. Também gostei da perspectiva intimista e da banda sonora algo alienante, algures entre a indietronica, o punk e a música clássica.

Anonymous said...

O rosto... O rosto. Fica sim.