Wim Wenders assume nesta entrevista ao ipsilon que queria fazer mais do que um"registo filmado" das peças de Pina Bausch, mas não sabia como. Até que achou que a solução estava nas novas tecnologias 3D e foi para a fente, apesar de Pina ter falecido em 2009.
Filmou então (quer em palco, quer em ruas ou jardins) 4 peças escolhidas pela coreógrafa, "Café Müller" (1978), "Vollmond" (2006), "Kontakthof" (1978) e "Le Sacre du Printemps" (1975) e acrescentou pouco mais: "aguns dos bailarinos dizem coisas e partilham algumas memórias, mas", segundo Wenders, "podemos ver o filme sem elas": "Não trazem explicação, apenas textura".
Conseguiu Wenders mais do que o tal "registo filmado" das peças? Eu acho que nem por isso. Mas acho que vale a pena ver o filme na mesma. Na impossibilidade de assistir ao vivo a uma peça do Tanztheater, isto é o mais perto possível que podemos estar dessa experiência, e há momentos de grande intensidade - e, acrescente-se, é um dos raros filmes em que o 3D é efectivamente uma mais valia. Não me parece que seja um grande filme (compare-se com o filme de Wiseman sobre o Ballet de l'Ópera de Paris e veja-se como se pode ir mais longe), mas é uma maneira honesta e delicada para descobrir ou rever o trabalho de Pina Bausch.
Pina, Alemanha/França/Grã-Bretanha, 2011. Realização: Wim Wenders. Documentário.
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