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6.7.11

100 filmes para acabar de ver filmes (97)


“Have you no shame?” - foi a frase proferida pelo advogado Joseph Welch a Joseph McCarthy que acabou com a carreira deste senador americano , um dos responsáveis máximos pela caça às bruxas do pós guerra. Joseph Welch era também actor e interpretou o juiz bonacheirão deste “filme de tribunal”. Este género de filmes assenta em três premissas singulares do sistema judicial americano: a influência dos advogados de defesa e acusação sobre um grupo de jurados representantes do “povo”, a dinâmica de grupo e a pressão dos pares que obriga a que estes jurados produzam uma opinião consensual e o precedente judicial estabelecido por uma decisão de um juiz que estabelece uma nova lei com uma decisão arbitrária. Esse contexto permite a este tipo de filmes transformarem-se em westerns em que a palavra substitui a pistola e em que o desfecho depende quase exclusivamente da habilidade dos intervenientes em esgrimirem os seus argumentos e transformam o veredicto final quase numa lotaria. O caso recente do julgamento de O. J. Simpson salta à memória.

O filme centra-se no duelo entre os advogados – James Setwart e George C. Scott e mostra quase exclusivamente as cenas de tribunal, nunca são mostradas quaisquer cenas em flashback que possam ajudar o espectador a tirar as suas conclusões. É um dos melhores filmes do género. Na variante deste género dedicada à influência que um homem de personalidade forte pode ter na decisão de um grupo de jurados recomendo o 12 Angry Man (Doze homens em fúria) de Sidney Lumet. Destaques ainda para o cartaz intemporal de promoção deste filme e para a banda sonora de Duke Ellington.

Anatomy of a murder E.U.A., 1959. Realização: Otto Preminger. Com: James Stewart, Lee Remick, Ben Gazzara, George C. Scott, Joseph Welch

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