Esta opinião de Arendt é altamente discutível, mas o que verdadeiramente enfureceu a comunidade judaica, israelita e americana, foi a acusação feita pela escritora aos lideres judaicos que na sua opinião cooperaram com os nazis na organização do extermínio da sua comunidade. Isto ninguém lhe perdoou e custou-lhe amizades, ameaças de expulsão da universidade e enxurradas de cartas indignadas ou insultuosas de judeus de toda a parte. O seu mais antigo e dilecto amigo corta então relações com ela dizendo-lhe que "renega a discipula preferida de Heidegger" (breves flashbacks ao longo do filme estabelecem a sua ligação de juventude com ele).
Margarethe Von Trotta capta bem a personalidade teimosa mas também corajosa e justa de Arendt (muito bem representada por Barbara Sukowa), e dá-nos um retrato nítido da enorme hostilidade de que foi vitima devido às suas opiniões.
O filme não escapa totalmente à maldição de que padecem todos os biopics - a de se assemelharem a um telefilme - mas merece, sem dúvida, ser visto.
2 comments:
E a gaja está vestida, e tudo?
Este post foi referenciado, criteriosamente, no âmbito de uma rubrica no meu blogue. Aqui: http://caminholargo.blogspot.pt/2013/11/a-pergunta-da-resposta-7.html
A propósito, convido também a tentares resolver/reflectir sobre a pergunta e a resposta em questão.
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo
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