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22.11.07

Um azar do caraças


Katherine Heigl e Seth Rogen: a bela e o bronco

Sinceramente, só me passou pela cabeça ir ver este filme depois dos meus caros confrades da Liga dos Blogues Cinematográficos o terem eleito como 'filme do mês' de Setembro. O que me ocorre dizer, menos de uma hora depois de ter saído da sala, é que deve ser o pior filme já eleito pelo pessoal da Liga...

Nem digo que seja uma porcaria completa - é até um filme simpático - mas achar que isto é bom, só se o termo de comparação for o 'Porky´s'. 'Um Azar do Caraças' é a enésima variação do enigmaticamente célebre 'Clerks', filme que teve o duvidoso mérito de trazer para a ribalta aqueles cromos de vinte e tal anos mas que se comportam como putos de quinze (daqueles mal educados), para os quais o expoente máximo da comicidade é alguém dar um traque.
Eu sei que há quem veja aqui o elogio da camaradagem masculina, a dificuldade de passar à idade adulta, um retrato geracional até, mas francamente, acho que é preciso muita boa vontade e óculos de aumentar. Eu nem precisava de ver nada disso, bastava que o filme me fizesse rir (é uma comédia, afinal de contas). Mas nem isso: o argumento é inverosímil e forçado (estamos no século XXI, caramba!, uma rapariga não tem que casar com o bronco que a engravidou), as piadas são básicas, todas as cenas com o 'grupo' de Seth Rogen são ou patetóides ou embaraçosas e mesmo ele, só para nos ficarmos pelo "Brat Pack", está a milhas dum Vince Vaugh. Digamos que um filme como 'Os fura-casamentos', suportado apenas em dois muito bons actores e numa mão cheia de boas piadas, faz figura de obra-prima ao pé deste.
Se isto é o 'futuro da comédia americana', vou ali e já venho.
Knocked Up, E.U.A., 2007. Realização: Judd Apatow. Com: Seth Rogen, Katherine Heigl, Paul Rudd, Leslie Mann, Jay Baruchel, Jonah Hill, Jason Segel, Martin Starr.

8 comments:

Anonymous said...

E chamar-lhe um filme simpático é ser generoso. Já muitas pessoas me disseram que adoraram este filme, mas ainda estou à espera que alguém me explique exactamente porquê.

Unknown said...

Eu estava a pensar na Katherine Heigl quando classifiquei o filme de simpático ;)

joão moço dos recados said...

eu gostei imenso, mas dentro das comédias deste ano, gosto ainda mais (muito mais aliás) do Superbad. Mas como disseste, está aqui neste filme retratada a dificuldade de passar à idade adulta e um retrato geracional, mas para tal não são precisos nem óculos de aumentar, nem boa vontade, apenas uma mente aberta.

Unknown said...

Eu vi o filme com a mente aberta, mas sinceramente só vi um bando de idiotas a dizerem piadas idiotas. Penso que o realizador se identifica tanto com estes freaks, que dá de barato que toda a gente se identificará e fica-se por aí - por exemplo, nunca, nem por um segundo, me convenceu, que aquela rapariga poderia querer ter alguma coisa a ver com aquele fulano. Uma cena que ilustra bem isto: quando ela lhe pergunta o que é que ele esperaria dum segundo encontro e ele reponde alarvemente demais - um 'bj'. O realizador quer-nos convencer que ela fica como que comovida com esta palermice (para não irmos mais longe), mas é tão, tão forçado, que só me apeteceu levantar da cadeira e vir embora. No fundo querem-me convencer que aquele tipo é mais que um bronco repugnante, que ele estava na boa na dele e a rapariga até teve sorte em conhece-lo... mas francamente, conclusão mais machista, misógina e delirante era dificil.

Unknown said...

PS: Mas aparece sempre, João. Aqui prezam-se opiniões discordantes.

C. said...

Ainda não vi. Apesar das boas críticas que tenho visto por aí, este não é o meu género de filme. Principalmente para ver na sala de cinema... um sábado à tarde, na tv, quem sabe...

Ademar de Queiroz (Demas) said...

Harry,
ainda não vi esse filme, mas confesso ter ficado também interessado depois de ter visto o resultado do ranking da Liga. Mas agora, com seu comentário, acho que vou esperar o lançamento em dvd.

Abração

Unknown said...

E não é que em Outubro ganhou o Superbad?

:)