Quando agora me movo, graciosamente, espero, em direcção da porta marcada Saída, ocorre-me que a única coisa que eu realmente gostava de fazer era ir ao cinema. É claro que o sexo e a arte sempre tiveram precedência sobre o cinema, mas nunca nenhum deles se mostrou tão digno de confiança como a filtragem da luz presente através daquela película de celulóide, que projecta imagens e vozes do passado num ecrã, mostrando assim a história por um processo aparentemente simples.
Gore Vidal, Navegação Ponto por Ponto - Memórias 1964-2006
(numa daquelas originalidades em que a edição portuguesa é pródiga, foi agora publicado por cá este segundo volume das memórias de Gore Vidal, sem nunca o ter sido o primeiro - o excelente 'Palimpsest'. Infelizmente a tradução/revisão deste volume é tão má, que torna várias passagens quase ilegíveis)
1 comments:
Gore Vidal é um portento de escrita. E esse livro novo é outro portento de acutilância e de observação da realidade.
VA
Post a Comment