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12.11.04

Agente triplo



Três anos depois do magnífico a 'Inglesa e o Duque', Eric Rohmer realiza um novo filme de época. Agente triplo é também um filme de espionagem, passado no meio dos russos brancos, exilados em Paris nos anos trinta. Apesar de ser um filme de espionagem não tem, que eu me lembre, uma única cena de acção. Até quando Fiodor foge dos seus compatriotas, limita-se a sair pela porta e desaparecer. Aqui estamos no domínio da palavra. Agente triplo é o filme mais verboso do ano, mas até quase ao fim estamos às escuras sobre tudo: se Fiodor é ou não um agente duplo ou triplo; se não conta tudo à mulher para a proteger ou para a enganar; quais são as suas verdadeiras motivações. Como bom espião, faz do segredo a alma do negócio, apesar de estar sempre a discorrer sobre tudo. De resto, mesmo se Agente Triplo não é uma das obras primas de Rohmer, este, aos 84 anos, filma com a elegância de sempre: a mise en scéne é perfeita, os diálogos mantêm o (elevado) nível rohmeriano e os actores (desconhecidos) são excelentes.

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