Sentamo-nos na cadeira e preparamo-nos para assistir a um filme-pipoca sofisticado. Sydney Polack ao leme, Nicole Kidman e Sean Penn na tripulação, a ONU como palco da trama, surgem mesmo reminiscências Hitchcockianas. Nicole é a intérprete do título: trabalha na ONU e um dia ouve uma conversa num dialecto obscuro, mas que ela entende, em que se fala do assassinato de um lider Africano. É um McGuffin como outro qualquer, pensamos enquanto nos enterramos um bocadinho mais na cadeira. Entra então em cena o Sean, o agente do FBI encarregue do caso. Começam aqui a surgir os primeiros sinais de desconfiança do espectador: não é que o homem está traumatizado com a perda da mulher, que não só o tinha deixado como quando ía voltar para ele tinha morrido, umas semanas atrás? Policia traumatizado? Onde é que já vimos isto? E a mulher morreu? Pois...assim já pode surgir algo entre ele e a Nicole, adivinharam. O problema é que a quimica entre os dois é um zero redondo. Nesta altura já nos remexemos na cadeira pouco convencidos, mas o pior é quando percebemos que o filme se interessa pelo...McGuffin! Ou seja, o McGuffin não é McGuffin, querem-nos mesmo contar uma história sobre ditadores Africanos corruptos, sobre a bondade da ONU e do TPI, sobre pessoas idealistas, enfim, um programa politicamente correcto completo! Não há paciência...
No final ficam-nos na retina uma magrissima Nicole Kidman e uma fantástica cena em que toda a gente se encontra num autocarro, esta sim digna de Hitch. É pouco, muito pouco.
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