O suicídio. É o ponto de partida e um tema recorrente neste filme escrito e realizado pelo jovem Dan Harris. Até o Kurt Cobain é chamado à baila.
A família fragmenta-se após o evento fatídico, perfeitamente justificado pelo suicida. O filho adolescente (um surpreendente Emile Hirsch) dispersa-se pelas dúvidas e angústias do final da adolescência, acompanhado do seu amigo igualmente inadaptado. A mãe (Sigourney Weaver) experimenta marijuana como forma de aliviar o tédio, o que lhe estimula o sarcasmo e um sentido de humor ora sensato ora patético. O amargo pai (Jeff Daniels) deambula em estado semi-vegetativo, consumido pela perda e pela desilusão. O fio condutor do filme não é muito definido, mas as peças vão-se juntando, e o puzzle disfuncional vai-se adensanso. Os pormenores dispersos, a incoerência comportamental, a apatia e a crise de atitudes temperam este drama agridoce, com personagens que tão facilmente apaixonam como nos repelem.
Tem uma parte final a la "Secrets and Lies", onde as surpresas atacam suavemente de todo o lado, embora sem lágrimas das novelas venezuelanas. Um filme que nos entra de mansinho e se aconchega, quentinho, quentinho, como um balde de água. Splash!
[O Puto]
2 comments:
Gostava de ver este, mas se calhar fica para a lista de DVDs...
acho que esta é a primeira opinião positiva que leio na net sobre este filme. se eu tivesse escrito uma seria a segunda.
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