...Cláudia aka Wasted Blues, 27 anos, jornalista, menina da rádio, cinéfila. É autora do blogue Wasted Blues. Uma lista afectiva e desordenada:
The Wizard of Oz, de Victor Fleming (1939)
O meu primeiro filme no cinema. Aquele a que eu volto de tempos a tempos porque tudo nele é feel good e deliciosamente kitsch. Porque às vezes tenho saudades de Oz.
Les Amants du Pont Neuf, de Leos Carax (1991)
Do realizador maldito Leos Carax. É um filme indefinível, com uma magia visual tanto inquietante como comovente. É a história de um amor surreal, um poema sobre o intangível de dois seres diferentes. E é tão inesperado e importante, quando somos surpreendidos por um final feliz.
Vivre Sa Vie, de Jean Luc Godard (1962)
Mudou a minha forma de ver e sentir o Cinema. Aquele rosto filmado como Dreyer filmou a sua Joana. A paixão, a filosofia que se faz sem saber, o silêncio que diz tudo, a certeza da palavra certa, o final abrupto... e aquele plano, quando Nana vê a condenação à morte de Joana, que é de uma beleza esmagadora. Tudo aqui é tragicamente perfeito.
Vertigo, de Alfred Hitchcock (1958)
Tinha de escolher um Hitchcock. Mas é muito complicado escolher apenas um. Onde está Vertigo, podia estar Rear Window ou Notorious. Mas escolho essa obra sobre um homem fascinado por uma mulher perdida entre o presente e o passado. Um filme de vertigens, obsessão e onírico.
Splendor in the Grass, de Elia Kazan (1961)
É um filme belo, intenso, inebriante, frontal, sem receios. O poema de William Wordsworth, que lhe serve de inspiração, diz tudo. Há um antes e um depois. Neste caso, o amor entre Deanie e Bud. Neste caso também, a vida... porque nada será como antes.
City Lights, de Charlie Chaplin (1931)
Foi o bater de pé de Chaplin ao cinema sonoro. Quando todos se rendiam ao som, o vagabundo selou os lábios e deu-nos um dos seus mais belos filmes.
Persona, de Ingmar Bergman (1966)
Outro filme que mudou a minha forma de ver o Cinema. Arrepiei-me quando vi dois rostos tornarem-se num só. Filme sobre as nossas máscaras, sobre o que somos e o que representamos.
Rio Bravo, de Howard Hawks (1959)
A obra que me apresentou os Westerns. E pensar que esta obra-prima surgiu por despeito. Hawks e Wayne odiaram High Noon, de Fred Zinnemann, e 8 anos depois deram-nos Rio Bravo. Se High Noon é a luta de um homem só, Rio Bravo é o elogio ao companheirismo e cumplicidade.
Manhattan, de Woody Allen (1979)
Seriam suficientes os primeiros minutos para incluir Manhattan em qualquer lista. A suprema declaração de amor de Woody à sua cidade, num magistroso preto e branco, ao som dos acordes de Rhapsody in Blue, de George Gershwin. Inesquecível.
Sunset Boulevard, de Billy Wilder (1950)
Filme de fantasmas, vivos e mortos. Filme sobre o Cinema e uma época em que as suas estrelas eram consideradas deuses. Sunset Boulevard, Mulholland Drive, INLAND EMPIRE… estranhos mundos oníricos e negros na Cidade dos Sonhos.
Todas as semanas um blogger cinéfilo falará aqui de 10 filmes da sua vida. O próximo convidado é Nuno Pires
4 comments:
Ui, meteu um filme de 91... devia estar com febre.... Miss Golden Years...
;)
Esta iniciativa é absolutamente brilhante. É tão difícil elaborar uma lista destas...
Bela lista, muito pessoal :)
Qualquer lista que inclua "Manhattan" merece todo o respeito do mundo. E a iniciativa continua em grande ;-)
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