'Jindabyne', segundo filme de Ray Lawrence a estrear por cá, mantém todas as marcas que o realizador australiano tinha exposto no anterior, 'Lantana': um muito bom trabalho de actores, um certo vagar melancólico no contar da(s) história(s), uma atenção meticulosa às suas personagens, aos seus carácteres, às suas fragilidades.
'Jindabyne' está próximo de um certo cinema independente Americano centrado nas pessoas, na enovelada teia das relações humanas, mas imbuído de um tempo narrativo muito próprio, sem pressas, condizente com as vastas e desérticas paisagens Australianas.
Baseado num conto do grande Raymond Carver, parte da descoberta acidental de um cadáver por um grupo de amigos (quase que podia haver um género próprio baseado neste tema!), para nos traçar um retrato da sua vida e dos que lhes estão próximos, com destaque para a mulher de um deles (excelente Laura Linney), uma mulher à beira de um ataque de nervos, que se serve deste 'caso' para tentar exorcizar os seus muitos fantasmas e contamina todos à sua volta.
Ray Lawrence tem um estilo próprio e filma muito bem, embora por vezes estique demasiadamente a corda. A mim o filme irritou-me por diversas vezes, entediou-me outras tantas, mas ainda assim não deixei de o apreciar. Nem deixo de o recomendar.
Jindabyne, Austrália, 2006. Realização: Ray Lawrence. Com: Laura Linney, Gabriel Byrne, Chris Haywood, John Howard, Tatea Reilly, Sean Rees-Wemyss, Deborra-Lee Furness.
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