A maior virtude de Nicholas Mastandrea (habitual assistente de Wes Craven, que produz o filme), nesta sua primeira obra, é não inventar. Ou seja, não acrescentando nada ao género (terror), cumpre todas as suas regras com eficácia e destreza: apresenta bem a situação (um grupo de amigos que vai passar um fim de semana a uma ilha 'deserta'), gere bem o suspense até revelar o 'inimigo' (há um grupo de cães hostis na ilha) - sem rodriguinhos desnecessários, explora bem os conflitos que surgem no grupo (incluindo, naturalmente, os que vêm de trás), não abusa na exposição da carnificina (há alguma, mas as cenas mais marcantes são aquelas em que nos são mostrados os cães imóveis, em vigilância), não toma os espectadores por idiotas (não é daqueles filmes em que estamos o tempo todo a pensar 'mas porque carga de água resolveram sair agora mesmo de casa para serem apanhados'), não exibe truques de 'câmara nervosa', liga pouco ao McGuffin (umas experiências militares com cães assassinos, ou lá o que é) e tem uma excelente gestão espacial (mantém as personagens quase sempre em casa, num espaço fechado - o que é sempre uma decisão sensata) e temporal (não dura nem mais um minuto do que devia). Assim sendo, mantém o espectador, que já viu este filme mil vezes, num estado de tensão permanente. Ou seja, exibe a competência de um bom filme de terror 'série B', para o que também contribui um elenco desconhecido (exceptuando a bela Michelle Rodriguez que alguns reconhecerão de 'Lost') e a falta geral de aparato (deve ter custado meia dúzia de patacos). Nada mau.
The Breed, Alemanha/África do Sul/E.U.A., 2006. Realização: Nicholas Mastandrea. Com: Michelle Rodriguez, Oliver Hudson, Hill Harper, Taryn Manning.
2 comments:
Concordo com tudo, como já tinhas reparado. Mas a cena final é fraquita, não? Não havia necessidade...
É previsível...
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