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21.11.08

Notas breves #2



Jogo fraudulento
É um dos primeiros filmes sonoros de Hitchcock e algo atípico no seu universo. Baseado numa peça de John Galsworthy, anda à volta de uma disputa de terras entre uma família aristocrata e um novo-rico, que acaba em tragédia. Era dos filmes de que Hitch menos se orgulhava, mas a verdade é que a mise en scene é primorosa e nos agarra por completo. Nem a mocinha (Phyllis Konstam) a representar como se ainda estivesse no tempo do mudo lhe retira o brilho.
The Skin Game, Alfred Hitchcock, 1931 (8/10)

Undead or Alive
Por incrível que pareça ao comum dos mortais, continua a haver um mercado florescente de filmes de zombies. Embora raramente cheguem às nossas salas, há duas hipóteses de chegar ao seu contacto: em festivais especializados (este ano em Sitges assisti mesmo a uma maratona zombie, que começou à 1 da matina e, entre curtas e longas, acabou depois do nascer dos sol - eu aterrei lá para as 5) ou procurar naqueles caixotes nos hipermercados com dvds ao preço da uva mijona.
Este 'Undead or Alive' é uma auto denominada zombedie (uma comédia zombie) e ainda um western (esse sim, um género moribundo). Ou seja, faz parte dum subgénero muito vulgar que é a comédia mais ou menos idiota feita por tuta e meia. Esta destaca-se apenas por uma originalidade do argumento: os zombies foram criados… pelo chefe Índio Jerónimo! Esta verdadeiramente não lembrava nem a um careca. Só aconselhável aos mais fanáticos de entre os fanáticos do género.
Undead or Alive, Glasgow Phillips, 2007 (4/10)

A irmã da minha noiva
Dois anos antes do sucesso de ‘The Philadelphia Story/Casamento escandaloso’, o mesmo quarteto responsável (realizador Cukor, argumentista Ogden Stewart adaptando Philip Barry, estrelas Grant e Hepburn) experimentou com este ‘Holiday/A irmã da minha noiva’ um grande fiasco, que muito contribuiu para o rótulo de box-office poison se colar a Katherine Hepburn. Mas, uma vez mais, o público é que estava errado. ‘Holiday’ é um filme infinitamente inteligente e divertido, uma obra-prima absoluta da Screwball Comedy, esse género que se encontra – nunca é demais lamentá-lo – mais que morto e enterrado.
Holiday, George Cukor, 1938 (10/10)

Vamo-nos amar
Outro Cukor pouco citado, excepto pelo romance extra-tela que proporcionou entre os seus protagonistas – Marylin Monroe e Yves Montand, nada mais, nada menos. Mas não se deixe o leitor enganar: é um Cukor vintage, e tem a que é por muitos considerada a melhor performance de Marylin no cinema, no seu penúltimo filme, aos trinta e três anos, dois antes da sua morte.
Let’s Make Love, George Cukor, 1960 (10/10)

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