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3.11.08

Paris



Nunca tinha visto nenhum filme de Cédric Klapisch, tendo passado ao largo dos seus sucessos decorridos em ambiente Erasmus. No entanto, quer o título deste filme, quer os seus actores - desde logo Juliette Binoche e Romain Duris - chamaram-me a atenção.

Duris é um dançarino que descobre sofrer de uma doença de coração, fechando-se em casa, apenas se entretendo imaginando as vidas das pessoas que vê da sua varanda parisiense. Binoche é a sua irmã, que vem tomar conta dele, trazendo dois filhos pequenos - está separada, e algo ressentida com os homens.

Está assim lançado mais um filme-mosaico, em que diversas personagens e vidas se vão entrecruzando. O maior encanto de 'Paris' (que em boa verdade se poderia passar noutra cidade qualquer), é uma espécie de leveza melancólica que emana. Não tem a profundidade psicológica de um 'Magnólia' nem a beleza formal de um 'Corações', mas o seu tom suave, o optimismo moderado que sobressai apesar de tudo, acabam por nos marcar algo mais que superficialmente.

Binoche e Duris são actores magníficos, e todas as cenas em que estão presentes valem a pena. As outras histórias que preenchem o filme não são tão fortes, havendo algumas mal resolvidas, outras que parece ficarem-se pela rama, mas não comprometendo ainda assim o quadro geral, merecendo mesmo saliência o subplot de Fabrice Luchini (actor de vários filmes de Rohmer), um deprimido professor de história de meia-idade que pensa ter descoberto o amor.

No cômputo geral, uma boa surpresa.

Paris, França, 2008. Realização: Cédric Klapisch. Com: Juliette Binoche, Romain Duris, Fabrice Luchini, Albert Dupontel, François Cluzet, Karin Viard, Gilles Lellouche, Mélanie Laurent, Zinedine Soualem.

4 comments:

Anonymous said...

E olha que não perdias nada em ver os filmes «ambientados em ambiente Erasmus». Na verdade só um deles documenta a experiência erasmus, o outro - «As bonecas russas» - repesca as personagens do anterior filme, coloca-as num tempo e lugar diferentes, e aborda-as sob uma perspectiva claramente distinta. E são ambos boas experiências.

Unknown said...

He pá, esta do 'ambientado em ambiente' de facto não saiu muito bem...
Mas, sim, agora fiquei com vontade de os ver. Enfim, sempre é mais um preconceito que se vai.

Unknown said...

entretanto, depois de algum esforço imaginativo, o 'ambientados' deu lugar ao mais prosaico'decorridos'.

O Puto said...

Para mim não foi uma surpresa. Gostei da interpretação de Juliette Binoche/Romain Duris e do personagem desconcertado de Fabrice Luchini. É difícil não gostar de um filme passado em Paris, se bem que encerra uma certa arrogância baptizar o filme com o nome da cidade-luz.