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11.1.09

Três macacos



Neste seu terceiro filme a estrear por cá (salvo erro), Nuri Bilge Ceylan mantém as características que o destacaram: uma cinematografia primorosa, com planos (muitos deles fixos) elaborados meticulosamente e enquadramentos tirados ao milímetro; e um certo mal-estar existencial, com personagens melancólicas e de poucas falas que lhe valeram o epíteto de Antonioniano.

Aqui esse qualificativo é menos justificado que no excelente 'Climas', até porque ‘Três macacos’ tem muito menos força e é, dentro das premissas autorais referidas, muito mais indistinto. Tem algumas boas ideias (como o uso dos telemóveis – e a cena em que Eyüp procura interminavelmente o seu na carteira, enquanto ele toca exuberantemente uma música romântica turca, é de antologia), mas a sua beleza formal parece um bocadinho decorativa e a história (a decomposição de uma família depois do sacrifício do patriarca – por dinheiro, por um politico que não o merece) não tem a impressividade do seu anterior filme.

Não quer dizer que não valha a pena ver 'Três macacos' ou continuar a seguir Nuri Bilge Ceylan: apenas que esta é uma sua obra menor.

Üç maymun/Three Monkeys, Turquia/França/Itália, 2008. Realização: Nuri Bilge Ceylan. Com: Yavuz Bingöl, Hatice Aslan, Ahmet Rifat Sungar, Ercan Kesal.

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