Talvez o argumento deste ‘Abraços desfeitos’ enrole um pouco, talvez haja um desequilíbrio entre os dois blocos temporais, o do presente com o realizador cego (imagem já utilizada por Woody Allen, recordemo-nos), e o de 14 anos atrás com a sua paixão por Penélope. Almodóvar é um grande argumentista mas não tem aquela precisão cirúrgica de Tarantino.
Mas depois há planos - de um conjunto de fotografias rasgadas, de uma praia, do rosto de Penélope - que nos fazem sentir mais do que filmes inteiros. Que nos lembram que há um cineasta atrás da câmara. E dos grandes. Daqueles cujos filmes em ritmo de cruzeiro estão acima de quase tudo o que para aí anda.
Los Abrazos Rotos, Espanha, 2008. Realização: Pedro Almodóvar. Com: Penélope Cruz, Rubén Ochandiano, Blanca Portillo, Ángela Molina, Alejo Sauras, Lola Dueñas.
1 comments:
Um melodrama realizado por Tarantino, aí está uma boa ideia. Pode ser que então eu passe a gostar realmente dele. Por enquanto, vou ficando com o Almodóvar.
Não tinha dado pelo regresso. Já estava mais do que na hora. Re-bem-vindo, então.
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