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8.11.09

Os Irmãos Bloom



















Durante 10 minutos, mais exactamente durante o período em que a personagem de Adrien Brody toma conhecimento com a de Rachel Weisz, pareceu-me estar a ver um filme de Wes Anderson. Pelo próprio Brody, por causa das famílias, dos objectos, do guarda-roupa, do tom melancolicamente excêntrico. E isso é bom, claro. Mas essa impressão foi-se desvanecendo por culpa do realizador: a câmara é muito vistosa e é dada muita importância ao argumento, uma história meia confusa que faz lembrar Guy Ritchie. E isso já não é tão bom, claro.

Tal como os dois irmãos Bloom têm dificuldade em cortar o laço umbilical que os liga, apesar das personalidades opostas, Ruffalo teatral, exibicionista, cheio de ideias, e Brody melancólico, sedutor, recatado, também Rian Johnson não se consegue livrar desta bipolaridade. E tem dificuldade em encontrar o tom certo entre a história de golpes cheia de reviravoltas e a história de amor entre dois desadaptados; em conseguir canalizar alguma da energia dispersa numa realização ostensiva para se concentrar mais na atenção aos pormenores, aos sentimentos.

No meio disto tudo o filme perde-se e Johnson acaba por desbaratar algum do crédito ganho com a sua muito boa estreia, ‘Brick’. Um terceiro filme servirá para tirar as dúvidas sobre o caminho que seguirá.

The Brothers Bloom, E.U.A., 2008. Realização: Rian Johnson. Com: Rachel Weisz, Adrien Brody, Mark Ruffalo, Rinko Kikuchi, Maximilian Schell, Robbie Coltrane.

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