No pouco que fui lendo sobre ‘Canino’ pela net (aqui, por exemplo), vi referências a Haneke, a Wes Anderson, a ‘The Village’, de Shyamalan. E estes nomes fazem sentido – principalmente Haneke, que me parce uma referência incontornável (embora 'Canino' possua um erotismo alheio aos universos citados).
Será esse o ponto fraco deste elegante e sorumbático filme sobre uma família grega em que os filhos – já quase adultos - nunca saíram de casa e não conhecem o mundo exterior: faz sempre lembrar qualquer coisa. Recordo-me especialmente de, aquando de um plano fixo em que duas personagens, vestidas imaculadamente de branco, olham para nós, ter pensado “já vi isto em qualquer lado!” . E essa foi uma sensação recorrente. Paradoxalmente, parece-nos que, apesar da sua estranheza, quase estamos perante uma súmula de muito do cinema indy dos últimos anos.
Mas uma súmula inteligente, bem feita e que acaba por ter uma personalidade própria - e apesar de tudo, mais violenta que o habitual.
Kynodontas, Grécia, 2009. Realização: Giorgos Lanthimos. Com: Christos Stergioglou, Michelle Valley, Aggeliki Papoulia, Mary Tsoni, Hristos Passalis, Anna Kalaitzidou.
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