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2.8.10

A Origem


Durante uma hora e um quarto ou uma hora e meia segui este 'Inception' com interesse, não obstante a presença, sempre irritante, de vários diálogos ‘explicativos’ – género ‘agora vou fazer isto para que aquilo aconteça’. Mas depois comecei a aborrecer-me.

O argumento começa a enrolar-se sobre si próprio, à volta de sonhos, sonhos dentro de sonhos, confusões sobre o que é sonho e realidade, e não sai dali. E o filme não tem muito mais para dar. Nolan é um bom realizador, não é um qualquer Michael Bay, mas aqui está muito longe de primar pela originalidade, andando algures entre a FC e a acção, entre um ‘Matrix’ e um ‘Bourne’, filmando com competência mas sem rasgo. Resta DiCaprio, que depois da sua pareceria com Scorsese está um grande actor e se destaca facilmente num elenco em piloto automático (as prestações femininas são especialmente anémicas).

Parece que Nolan está possuído daquele toque de Midas que transforma em êxito de bilheteira tudo o que faz, mas eu tenho saudades dos tempos de ‘Memento’ e ‘Insónia’, em que jamais me entediava durante um filme seu.

Inception, E.U.A./Grã-Bretanha, 2010. Realização: Christopher Nolan. Com: Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Ken Watanabe, Dileep Rao, Cillian Murphy, Tom Berenger, Michael Caine, Pete Postlethwaite

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