Ida Dalser apaixonou-se pelo jovem e bem parecido revolucionário Benito Mussolini (Filippo Timi). Envolveu-se com ele (e talvez tenham casado) e tiveram um filho; só tarde demais ela soube não era a única mulher da sua vida.
Ela está obcecada por ele, vende tudo o que tem para o apoiar na fundação de um jornal que difundisse as suas ideias socialistas da altura, mas ele é frio, distante, e quando ela lhe ‘exige’ que lhe declare que a ama, ele fá-lo…em alemão.
Quanto mais o Duce avança na 'carreira política', mais Ida se torna incómoda. Ela nunca aceita que ele a deixe para trás e insiste que é a sua legitima mulher (quando ele oficialmente está casado com outra), caminho que a levará ao internamento num hospital psiquiátrico.
Bellocchio filma sumptuosamente a história verídica de Ida Dalser, alternando aos tons operáticos com que nos dá o drama pessoal, imagens da época que registam o intrincado momento histórico porque passava Itália (e a Europa). Uma combinação feliz, que resulta num filme impecável.
O único pecado que lhe poderemos apontar é um excesso de 'formalismo', que se o torna um regalo para a vista (e os ouvidos), também lhe retira - como diria Jorge Leitão Ramos! - alguma capacidade de nos emocionar.
Vincere, Itália/França, 2009. Realização: Marco Bellocchio. Com: Giovanna Mezzogiorno, Filippo Timi, Corrado Invernizzi, Fausto Russo Alesi, Michela Cescon, Pier Giorgio Bellocchio, Paolo Pierobon.
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