Estava eu a pensar em como abordar o inenarrável argumento de 'Rendez-Vous' (co-escrito por André Téchiné e Olivier Assayas), quando reparei que o Capitão Napalm já o fez com bastante eloquência: há toda uma narrativa de amour-fou empilhado de clichés até à estratosfera, desde o poetinha inconstante e "torturado" (Lambert Wilson- o único sujeito que, para meu conhecimento, trabalhou sob as ordens de Resnais e dos coisos Wachowski) até a episódios regulares de histerismo muito "perturbador", sem esquecer os planos da floresta negra à meia-noite repleta de ursos pretos * da Juliette.
Concordando com cada uma destas palavras, há que acrescentar que miraculosamente o filme sobrevive a isto e ao canastrão Lambert Wilson (que melhorou bastante com a idade: está muito bem em 'Corações'), não tendo eu tido vontade de fugir a sete pés ao fim de 10 minutos, como no caso do horrendo 'Anticristo', oportunamente citado pelo Capitão. Pelo contrário, mantive-me religiosamente colado ao ecrã.
E a razão é só uma: uma incrivelmente novinha (21 primaveras) Juliette Binoche, a mostrar logo ali porque se iria tornar uma das mais luminosas actrizes do actual panorama cinematográfico (também eu tenho direito aos meus clichés). É assim o cinema. Um rosto pode salvar um filme.
E a razão é só uma: uma incrivelmente novinha (21 primaveras) Juliette Binoche, a mostrar logo ali porque se iria tornar uma das mais luminosas actrizes do actual panorama cinematográfico (também eu tenho direito aos meus clichés). É assim o cinema. Um rosto pode salvar um filme.
Rendez-Vous, França, 1985. Realização: André Téchiné. Com: Juliette Binoche, Lambert Wilson, Wadeck Stanczak, Jean-Louis Trintignant, Dominique Lavanant, Anne Wiasemsky, Jean-Louis Vitrac.
4 comments:
Não concordo muito com isso. Embora reconheça essa veia clichezada e o histerismo que assolam o filme, há que realçar a forma como as personagens se relacionam, muito fisica, a explosividade dessas relações, os fantasmas daquelas pessoas (não só da personagem do Lambert Wilson que realmente é do mais clichezado que há mas também dela da Binoche e do outro que cria uma obsessão por ela). Sei lá, eu gostei do filme q.b., da premissa (embora pudesse ser melhor desenvolvida), da mise-en-scène do Téchiné. Nada de especial mas acho que se safa.
Eu também gostei da mise-en-scène e também acabei por gostar do filme. Mas aqueles lugares comuns todos do argumento (a personagem do L.Wilson não existe!), ainda por cima sendo assinado pelo Téchiné e pelo Assayas (que tem muitos fãs como realizador; eu nem por isso)são embasbacantes...
Gostei do blog. Parabéns!
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Curiosamente, um dos melhores filmes que vi no ano passado ("Dos Homens e dos Deuses", de Xavier Beauvois) tem o Lambert Wilson como protagonista. Por coincidência, o melhor filme que vi ultimamente é o "Cópia Certificada", com a Juliette.
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