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25.1.11

Hereafter — Outra Vida


George Lonegan (Matt Damon) é um americano que tem um dom: consegue contactar com pessoas mortas. Não é um charlatão, entenda-se: consegue mesmo. Mas ele considera-o uma maldição, que o impede de ter uma vida normal. Marie LeLay (a belísssima Cécile de France) é uma famosa jornalista francesa, que tem um contacto com a morte ao ser apanhada num tsunami (extraordinariamente filmado, na sequência inicial do filme) e a partir daí começa-se a interessar pelo tema da 'vida depois da morte'; e Jason (George McLaren ) é um rapazinho inglês, saído directamente de um filme de Mike Leigh (ou de um livro de Dickens, o herói de Lonegan) que só deseja contactar com o seu gémeo que morreu e o deixou sozinho no mundo com uma mãe toxicodependente.

Desta matéria prima - que não obstante sair da pena de Peter Morgan tinha alto grau potencial de ser transformada numa daquelas xaropadas hollywoodianas de lágrima fácil - sai, nas mãos sensíveis, sóbrias e sábias (para nos ficarmos pela letra s) de Eastwood, um filme tocante e contemplativo, sobre o destino, sobre a solidão, sobre a incompreensão pelo diferente, sobre o que há para lá da vidinha.

Como já foi dito, Eastwood filma com o máximo realismo esta 'história metafísica', não tomando qualquer partido, não nos querendo impingir nada, jamais entrando em misticismos da treta, centrando-se isso sim, e como sempre, no 'factor humano'. E com a tal sensibilidade e sobriedade que são marca dos clássicos.

Hereafter, E.U.A., 2010. Realização: Clint Eastwood. Com: Matt Damon, Cécile de France, Frankie McLaren, George McLaren, Jay Mohr, Bryce Dallas Howard, Marthe Keller e Thierry Neuv

2 comments:

pmramires said...

voltei a não gostar de quase nada, meu. abstraindo-me de uns momentos na segunda parte do filme (quando ele conhece aquela gaja) não gostei mesmo de nada. ainda não percebi se o problema é do Clint ou meu, mas que não gostei nada dos dois últimos filmes é uma realidade, como se costuma dizer.

abraço

Unknown said...

O Invictus é medianíssimo,este é muito bom. Demora a arrancar (a primeira parte é sequita) mas depois gostei muito. Acho que é um filme sobre um gajo que tem um talento especial mas que não o quer aproveitar, que não quer fazer dinehiro com esse talento, que só quer ter uma vida normal. E gostei muito disso. Mas depois explico melhor qundo me pagares o tal café, he he.