O que dizer ao fim das 3 horas de visão deste 'Alexander', projecto de há longos anos de Oliver Stone, finalmente concretizado com um orçamento astronómico de 150 milhões de Dólares e que se arrisca a tornar num enorme flop de bilheteira? Comecemos pelo elenco, recheado de nomes sonantes: Colin Farrell defende o melhor que pode o Alexandre melancólico e martirizado que lhe deram e Angelina Jolie está surpreendentemente bem no papel de Olympia, a sua mãe. Quanto aos restantes actores, bom, não há nenhum que tenha verdadeiramente uma personagem com alguma espessura para encarnar: Anthony Hopkins (Ptolomeu) limita-se a servir de narrador, Val Kilmer (Filipe, pai de Alexandre) faz de bêbado em meia dúzia de cenas, e todos os outros se confinam a papeis secundários sem relevo. Quanto ao argumento, é a maior calamidade do filme: tem uma obsessão com a homossexualidade de Alexandre, insitindo na sua paixão por Hephaestion até à exaustão, padece de uma notória falta de ritmo, e está pejado de cenas ridiculas ou insólitas (como a da noite de núpcias). Finalmente refiram-se as cenas das batalhas: são o melhor do filme, mas depois do 'Senhor dos Aneis' é difícil ficarmos impressionados com elas (ou com quaisquer outras). Para rematar, tudo isto é embrulhado por mais um pastelão de Vangelis! Ou seja, um falhanço completo? Bem, há dois ou três momentos de grande beleza visual e um certo tom 'kitsh' e exagerado que não salvam o filme, longe disso, mas...não acho impossível que um dia este estampanço ainda se transforme num filme de culto.
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10.12.04
Alexandre, o Grande
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Unknown
O que dizer ao fim das 3 horas de visão deste 'Alexander', projecto de há longos anos de Oliver Stone, finalmente concretizado com um orçamento astronómico de 150 milhões de Dólares e que se arrisca a tornar num enorme flop de bilheteira? Comecemos pelo elenco, recheado de nomes sonantes: Colin Farrell defende o melhor que pode o Alexandre melancólico e martirizado que lhe deram e Angelina Jolie está surpreendentemente bem no papel de Olympia, a sua mãe. Quanto aos restantes actores, bom, não há nenhum que tenha verdadeiramente uma personagem com alguma espessura para encarnar: Anthony Hopkins (Ptolomeu) limita-se a servir de narrador, Val Kilmer (Filipe, pai de Alexandre) faz de bêbado em meia dúzia de cenas, e todos os outros se confinam a papeis secundários sem relevo. Quanto ao argumento, é a maior calamidade do filme: tem uma obsessão com a homossexualidade de Alexandre, insitindo na sua paixão por Hephaestion até à exaustão, padece de uma notória falta de ritmo, e está pejado de cenas ridiculas ou insólitas (como a da noite de núpcias). Finalmente refiram-se as cenas das batalhas: são o melhor do filme, mas depois do 'Senhor dos Aneis' é difícil ficarmos impressionados com elas (ou com quaisquer outras). Para rematar, tudo isto é embrulhado por mais um pastelão de Vangelis! Ou seja, um falhanço completo? Bem, há dois ou três momentos de grande beleza visual e um certo tom 'kitsh' e exagerado que não salvam o filme, longe disso, mas...não acho impossível que um dia este estampanço ainda se transforme num filme de culto.
1 comments:
não vou ver nem morta. vi "a esquiva" de Abdellatif Kechiche esta semana e é uma delícia. o que também se pode dizer do filme do cesariny.
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