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10.1.05

História de Marie e Julien



Em 2004 estrearam em Portugal dois filmes de proeminentes realizadores da Nouvelle Vague: 'Agente triplo' de Eric Rohmer (84 anos) e este filme de Jaques Rivette (76 anos). Uma dúzia de anos depois d´'A bela impertinente' o realizador volta a filmar com Emmanuelle Béart, a Marie do título, uma mulher misteriosa que reaparece de repente na vida de um relojoeiro chantagista (Julien/Jerzy Radziwilowikz). Durante as primeiras duas horas, filmadas no peculiar estilo lento e demorado de Rivette, assistimos à história de amor de Marie e Julien. O que mais fica são as belas cenas de sexo entre os dois (muito carnais, mas muito pudicas), havendo também por lá uma história de chantagem, o MacGuffin deste filme. Quando a história parece não ter mais para dar, e os espectadores mais impacientes ou menos familiarizados com Rivette já estarão exasperados com o arrastar do enredo, eis que nos é revelada a surpresa que o argumento nos reservava (e diremos apenas que é bastante surpreendente e desconcertante). O problema é que nesta fase já a nossa atenção está algo adormecida, e a 'reviravolta' não tem o impacto que teria uma hora antes... Não seremos nós a criticar Rivette, um grande realizador, mas o cineasta 'Nouvelle Vague' cá da casa continua ser Rohmer.

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