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28.3.05

Kinsey

É um filme bastante mais interessante do que se poderia supor.
Kinsey tinha um mundo limitado e obsessivo. Era um cientista determinado, que queria responder a uma pergunta básica no que diz respeito ao sexo: “O que é normal?”.

Para Kinsey as necessidades fisiológicas primárias (em que o sexo está incluído) deveriam sobrepor-se às inibições causadas pelas regras sociais estabelecidas, e a frustração causada por essas inibições seria a causa de insucesso de grande parte das relações. Ele aplicava essas ideias a si, à sua família, e aos seus colaboradores. O choque entre o que ele considera ser um entrave à felicidade individual, e outros consideram ser necessário à confiança mútua numa relação é um dos pontos interessantes do filme.

Outro aspecto interessante é o seu Método de recolha da Vida Sexual dos milhares de intervenientes no projecto de elaboração de estatísticas de comportamento sexual, que preconizava absoluta imparcialidade e nenhum julgamento moral.

Era também sua intenção desmistificar, e libertar comportamentos desviantes por força de um novo padrão moral ditado pelas suas estatísticas.

Os resultados do seu projecto chocaram uma América puritana, no auge da Guerra Fria e da Caça às Bruxas. O efeito do seu segundo livro, em que se dedicava de forma particular à sexualidade feminina foi ainda maior por revelar que as donas de casa, mães e irmãs Americanas também tinham e buscavam prazer nas relações sexuais.

Destaque para Peter Sarsgaard, ao mesmo nível do trabalho feito em Garden State

1 comments:

Papo-seco said...

Certamente por defeito meu, mas do filme não gostei.

Não acho que o tema tenha o tratamento que merece, mesmo tendo como linha principal a vida de Kinsey e não as consequências do Relatório.

Tenho pena de não ter gostado