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14.3.05

Vanity Fair



Mira Nair realiza mais uma adaptação ao cinema do romance de William Makepeace Thackeray!
O argumento constrói um retrato implacável da Inglaterra dos anos 40 do século XIX.
A nobreza ociosa, empobrecida e cada vez mais ignorante tenta manter o seu estilo de vida através de casamentos de conveniência com membros da burguesia subitamente enriquecidos fruto do comércio com as colónias.
Para os comerciantes com dinheiro mas sem ‘berço’, comprar um título, ou adquiri-lo através do casamento é o único modo de ascensão social. Os nobres apreciam o dinheiro, mas nunca reconhecem esses novos membros das suas famílias como seus pares.

A primeira hora do filme é brilhante. O tom é leve mas pertinente, os diálogos são rápidos e mordazes, as tiradas espirituosas sucedem-se. Faz lembrar as melhores peças de Oscar Wilde.

Mas no pior estilo das fábulas de La Fontaine, depois da diversão vem o castigo. Os dramas de cordel aborrecem, os diálogos vulgarizam-se, a trama engorda, o filme arrasta-se até um final semi feliz (que não existe no livro) ao jeito de Bollywood.

Ainda assim o filme é simpático, interessante e tem um naipe de actores secundários fabuloso: Gabriel Byrne, Jim Broadbent, Bob Hoskins, Eileen Atkins, entre outros.

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