Jean Pierre Jeunet conta uma estória que está no pólo oposto de Amélie - a comparação é inevitável.
Amélie era luminoso, alegre e intimista. Em Um longo Domingo de Noivado os planos abrem para tentar conter uma tristeza imensa, as cores diluem-se num tom sépia, o estilo é grandioso.
A música embaladora de Yann Tiersen dá lugar ao tom épico de Angelo Badalamenti, e a fábula a um realismo devastador, ainda que encantador em alguns momentos.
Jeunet continua a fazer uso de um narrador e de pequenos flashbacks para nos apresentar episódios da vida das várias personagens, e justificar o rumo da estória.
As suas personagens continuam a ter uma pureza quase infantil (não confundir com ingenuidade): Mathilde (Audrey “Amélie” Tautou), faz frequentemente pequenos jogos mentais - "Se eu chegar mais rapidamente àquela curva a correr do que o carro (que leva Manech, o grande amor de Mathilde para a guerra) então ele voltará".
Manech desaparece durante a guerra. Mathilde perde sempre estes jogos, mas nunca a esperança de voltar a encontrar Manech vivo.
O filme vai mostrando as cenas de horror da guerra das trincheiras à medida que Mathilde vai seguindo as pistas e montando o puzzle.
O ritmo do filme é inconstante, chega a ser confuso e enfadonho, e a investigação de Mathilde chega a fazer-nos pensar que estamos a ver mais um episódio de Miss Marple.
Jodie Foster e Marion Cotillard (Tina Lombardi) têm pequenas mas interessantes participações no filme, por se distanciarem das habituais personagens de conto de fadas - unidimensionais e assépticas - de Jeunet.
Quem odiou Amélie tem aqui uma boa notícia. Mathilde não provoca tantos anticorpos. Quem adorou Amélie poderá ficar desiludido com o tom mais realista deste filme.
Um Longo Domingo de Noivado não é um filme imprescindível, principalmente numa época com tantos filmes de qualidade, mas daqui a uns meses, quando chegar a silly season será certamente um filme a recuperar no clube de vídeo.
Amélie era luminoso, alegre e intimista. Em Um longo Domingo de Noivado os planos abrem para tentar conter uma tristeza imensa, as cores diluem-se num tom sépia, o estilo é grandioso.
A música embaladora de Yann Tiersen dá lugar ao tom épico de Angelo Badalamenti, e a fábula a um realismo devastador, ainda que encantador em alguns momentos.
Jeunet continua a fazer uso de um narrador e de pequenos flashbacks para nos apresentar episódios da vida das várias personagens, e justificar o rumo da estória.
As suas personagens continuam a ter uma pureza quase infantil (não confundir com ingenuidade): Mathilde (Audrey “Amélie” Tautou), faz frequentemente pequenos jogos mentais - "Se eu chegar mais rapidamente àquela curva a correr do que o carro (que leva Manech, o grande amor de Mathilde para a guerra) então ele voltará".
Manech desaparece durante a guerra. Mathilde perde sempre estes jogos, mas nunca a esperança de voltar a encontrar Manech vivo.
O filme vai mostrando as cenas de horror da guerra das trincheiras à medida que Mathilde vai seguindo as pistas e montando o puzzle.
O ritmo do filme é inconstante, chega a ser confuso e enfadonho, e a investigação de Mathilde chega a fazer-nos pensar que estamos a ver mais um episódio de Miss Marple.
Jodie Foster e Marion Cotillard (Tina Lombardi) têm pequenas mas interessantes participações no filme, por se distanciarem das habituais personagens de conto de fadas - unidimensionais e assépticas - de Jeunet.
Quem odiou Amélie tem aqui uma boa notícia. Mathilde não provoca tantos anticorpos. Quem adorou Amélie poderá ficar desiludido com o tom mais realista deste filme.
Um Longo Domingo de Noivado não é um filme imprescindível, principalmente numa época com tantos filmes de qualidade, mas daqui a uns meses, quando chegar a silly season será certamente um filme a recuperar no clube de vídeo.
3 comments:
Já tá anotado pra ir buscar o DVD qdo sair
Vê-se bem mas esquece-se depressa (apesar de algumas belas imagens)...
Cheguei aqui por indicação do Puto e gostei bastante (também tenho um blog de cinema). Aqui no Brasil, "Un long dimanche de fiançailles" ganhou o título de "Eterno amor". Gostei do filme: tem boas atuações, uma fotografia belíssima, tanto no colorido do campo quanto no sépia das cidades e no cinza do campo de batalha. Mas achei que a profusão de personagens secundários, além de confundir o espectador, acabo por deixar meio rasa o verdadeiro sentido do filme: contar uma história de amor. Com relação a Mathilde, acho que ela tem bastante traços da Amélie Poulain: as cenas em que ela sai entregando cartas e relógio para dar um alento para as pessoas que perderam seus entes queridos na guerra têm o mesmo espírito do filme anteriro de Jean-Pierre. É isso. Voltarei mais vezes. Um abração.
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