Nothing, de Vincenzo Natali, foi o vencedor do Grande Prémio Fantasporto 2005. Natali, aliás, é um repetente nestas andanças, tendo já ganho este prémio em 1999 com Cube, e o Prémio Especial do Júri o ano passado, com Cypher. Nothing é a história de dois freaks, Dave e Andrew, que moram juntos numa casa por baixo de 2 auto-estradas. Apesar de serem totalmente inofensivos, acabam por se meter, sem saberem muito bem como, numa série de encrencas que levam a que um dia tenham a casa cercada pela policia e por uma empresa de demolições. Estão em pânico a pensar no que fazer à vida, quando tudo à sua volta desaparece! Literalmente. Fora da casa só há o…nada, uma superfície branca semelhante a uma cama-elástica. A partir daqui temos apenas os dois actores neste cenário despido, quase como se estivéssemos a assistir a uma peça de teatro. Por vezes parecem duas personagens Becketianas, filosofando num cenário desolado, por vezes parecem personagens burlescas, fazendo desaparecer aquilo de que não gostam (é esta a explicação de tudo), mas a maior parte do tempo parecem aquilo que na realidade são: duas personagens de um filme ‘low budget’ à procura de um argumento. De facto, Natali e o seu argumentista Andrew Miller não conseguem desenvolver a (boa) ideia original, e grande parte do tempo é passado a encher pneus, sem saberem muito bem o que fazer com as suas personagens. Talvez Nothing tivesse dado uma boa curta-metragem, mas para hora e meia de filme era preciso muito mais.
Como conclusão diga-se apenas que o facto deste filme, que não é mau mas não ultrapassa a mediania, ter ganho o Fantas diz muito sobre o festival. É que tenho o palpite que o problema não foi uma má escolha do júri, se calhar não havia era muito melhor por onde escolher…
Como conclusão diga-se apenas que o facto deste filme, que não é mau mas não ultrapassa a mediania, ter ganho o Fantas diz muito sobre o festival. É que tenho o palpite que o problema não foi uma má escolha do júri, se calhar não havia era muito melhor por onde escolher…
1 comments:
Há que louvar a continuidade e organização que o festivel tem tido, mas sim, uuuui, tocaste na ferida...
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