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6.4.05

The Mother



A Mãe resulta de uma estranha associação – a do escritor Hanif Kureishi (A Minha Bela Lavandaria, Intimidade) ao realizador Roger Michell (Notting Hill, Manobra Perigosa).

Dentro da corrente do realismo Britânico, A Mãe não retrata as habituais dificuldades da classe operária mas centra-se numa família “típica” de classe média.

O filme parte de um acontecimento banal. May e Toots são um casal de idosos que se desloca a Londres para visitar os seus filhos Bobby e Paula. Toots falece e May recusa-se voltar para casa e tornar-se em mais uma idosa invisível. Os filhos têm uma fraca ligação afectiva com May, ela também não esconde que nunca quis o papel de dona de casa e de mãe que lhe foi imposto. Paula culpa a mãe pela falta de auto estima e indirectamente pela confusão da sua vida. May culpa o casamento e os filhos por uma existência fantasma. Pequenas disfunções normais portanto.

O que A Mãe traz de novo são as questões da sexualidade e do desejo por um corpo mais jovem, de uma senhora que podia ser nossa avó. Um assunto praticamente ignorado pelo cinema e por quase todos nós. Mesmo considerando que o realizador exagera na crueza de algumas cenas e que existem alguns assuntos familiares em que a ignorância é uma bênção por questões de higiene mental, A Mãe é um filme a não perder.

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