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29.10.05

Serenity



Quem mora em Lisboa ou no Porto não faz ideia dos tormentos por que passa quem ainda teima em preferir uma sala de cinema ao dvd caseiro, mas mora num qualquer outro canto da pátria. Embora em qualquer terreola de média dimensão haja hoje em dia um (ou mais) shopping(s), os filmes exibidos nunca são os que o cinéfilo um bocadinho mais exigente (ou curioso) quer ir ver. Que é como quem diz, aqueles geralmente mais estrelados, com melhores criticas, ou simplesmente que despertaram mais curiosidade por isto ou aquilo. Sendo assim, uma pessoa às vezes sente-se como aqueles casais que estão na fila da bilheteira do AMC a decidir qual o filme que vão ver, usando critérios como o cartaz, a sinopse que vem no folheto, ou mesmo o horário.
Tendo presente este intróito, não me perguntem qual foi o critério que me levou a ir ver 'Serenity', eu que nem sou grande fã de filmes de ficção científica. Talvez tenha sido o facto de ser um filme invisível: não encontrei uma única crítica sobre ele em toda a imprensa portuguesa! Ao fim de meia hora de filme estava-me a interrogar se este era péssimo ou apenas fraquinho - e chegado ao fim ainda não tinha uma resposta definitiva. Mas na realidade, penso que é apenas...anacrónico! Tudo nele parece fora de tempo, pertencente a outra época: as naves espaciais (modelos verdadeiros, nada de naves virtuais) parecem vindas direitinhas duma série de TV dos anos 80, o actor principal saído de um filme de série B, a star uma espécie de Christina Ricci dos suburbios, e dos actores secundários nem vale a pena falar - incluem uma rapariga (pouco) vestida com roupinhas indianas, transferida directamente do 'Barbarella'. Temos ainda um argumento que mete um governo interplanetário totalitário (a Aliança), uma rapariga psíquica, uns zombies que aqui se chamam Reavers, e já nem me lembro bem do fio condutor disto tudo...
A ideia com que fiquei, foi que o ecrã de repente tinha sintonizado a RTP Memória. Quando o filme acabou mudei de canal, passei ao programa seguinte e nunca mais me lembrei do que tinha acabado de ver.
Serenity, EUA, 2005. Realização: Joss Whedon. Com: Nathan Fillion, Gina Torres, Alan Tudyk, Morena Baccarin, Adam Baldwin, Chiwetel Ejiofor.

1 comments:

David Santos said...

concordo plenamente.
n percebo o xinfrim que vai prai a dizer k este filme é um digno sucessor da guerra das estrelas