Um aspecto interessante no franchise 'Missão Impossível' é observar os realizadores escolhidos por Tom Cruise - primeiro Brian de Palma, depois John Woo e agora J.J. Abrams, o criador da série televisiva 'Lost'. Nada de tarefeiros anónimos, portanto, mas antes realizadores com um certo culto à sua volta - vontade de arriscar ou consciência de que é preciso insuflar algo de novo em cada episódio? A questão faz sentido uma vez que aqui, à semelhança do que se passa com os 007, não há uma sequela mas sim um novo episódio completamente independente dos anteriores. M.I.3 podia ter sido M.I.1 e vice-versa sem qualquer tipo de problema. Pode-se encarar assim cada filme como uma variação em volta de um mesmo tema, convidando um realizador-mais-ou-menos-autor a contribuir com a sua versão, desde que cumpra com as regras: só existe uma verdadeira personagem (a de Cruise, claro) e tem que haver muita acção e pirotecnia, se possível ultrapassando o que já foi feito até então. Abrams segue esta cartilha a preceito e leva mesmo a história a cumes de inverosimilhança épicos, tanta é a vontade de enfiar mais um efeito especial bombástico, mais uma proeza física de abismar, mais uma surpresa espectacular - às tantas chega a ser difícil o espectador concentrar-se, tal é a quantidade de informação visual que tem que processar por segundo!
Claro que o fã da série não se preocupa com estas minudências e no fim deste terceiro episódio o seu pensamento é só um : "Mais uma missão cumprida! Que o Senhor dê saúde e vontade a Tom Cruise para a que se segue... "
Mission: Impossible III, E.U.A., 2006. Realização: J. J. Abrams. Com: Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Ving Rhames, Laurence Fishburne, Billy Crudup, Michelle Monaghan, Jonathan Rhys-Meyers, Keri Russell, Maggie Q.
3 comments:
Acho que mesmo o fã da série tem em consideração essas minudências. A cada filme há mais explosões...já agora, que tal explodirem com a ideia de vez? Um chega, dois cheira mal, mas o terceiro é o abuso...
Ok. O Mission: Impossible III levou por tabela tudo o que a sucessão de blockbusters maus merece...
abraço!
PS - uma dúvida: como é que o De Palma foi na onda?? Nunca percebi. E acho que, em bom rigor, não quero perceber
Eu encaro MI como uma espécie de 007 - até poderá mudar de actor daqui a uns tempos, se bem que não sei se sobreviveria à ausência de Tom Cruise...
Quanto ao Brian De Palma, devia estar a precisar de dinheiro. E se calhar até se divertiu!
Abraço!
Harry,
que até que eu gostei de MI3?
Pra mim, é o melhor dos 3.
Abração.
Post a Comment