Já aqui nos queixámos: há cada vez mais filmes (especialmente os distribuídos pela Atalanta) que estreiam apenas com uma cópia - numa sala de Lisboa - indo depois para o Porto quando calhar . Hoje o JN (sem ligação) põe o dedo na ferida, a propósito de 'Paradise Now': Porque é que o filme estreia só em Lisboa? "Ao JN, Paulo Branco, distribuidor da obra palestiniana através da Atalanta Filmes, explicou que a decisão se prende por 'questões financeiras. Uma cópia [suplementar] seria muito cara e os cinco ou seis mil espectadores a mais não compensam', justificou. 'Além disso acho que não perco espectadores pelo facto de passar primeiro em Lisboa, porque isso até suscita maior interesse pelo filme quando chegar ao Porto. Este não é um filme de grande público, logo não [será alvo de] uma grande campanha [promocional]', justificou o distribuidor. Manuel Menano, o crítico do JN que assina a peça, complementa a explicação: 'o elevado custo das cópias, tradução e legendagem, e taxas pagas à entidade reguladora (IGAC) ascendem a um valor superior a três mil euros, pelo que serão precisos pelo menos dois mil espectadores para ficar a salvo de prejuízos. A isto, acresce ainda o facto de serem os exibidores a ditarem a permanência de um filme em cartaz. Em Lisboa, via cinema King e na sua qualidade de distribuidor e exibidor, Paulo Branco controla todo o circuito mas o mesmo não se passa no Porto".
Ou seja, os espectadores do Porto terão mesmo que se habituar a esperar meses pelos filmes distribuídos pela Atalanta, sendo que por alguns deles nem vale a pena esperarem - basta observar a lista aqui publicada na side bar. Paulo Branco acha que assim não perde espectadores - eu acho que perde, e muitos, mas ele lá saberá...
5 comments:
Sei perfeitamente o que isso é. Antes da minha mudança para Lisboa, também esperava e desesperava pelas estreias.
É por estas e por outras que cada vez vai menos gente ao cinema (a não ser quando há Códigos da Vinci), mas a pirataria não para de crescer...
Se acrescentarmos os preços relativamente altos, temos o resto dos dados lançados (não fosse o King Card e outras coisas - os "amigos da Cinemateca", por exemplo - e nem sequer quase se poderia ver filmes. E sim, sou dos que acha que devia haver "representações" da Cinemateca noutros pontos do País)
A Atalanta não está a conseguir adaptar-se às 'novas realidades' do mercado (desculpem o chavão) e com isso está a queimar a boa imagem que ainda consegue ter em alguns consumidores de Cinema.
Não ligo tanto à distribuição por salas (já que não vivo em Pt), mas as edições em DVD, de que já falei aqui (http://bitlogger.blogspot.com/2006/07/para-quem.html) e que pelos vistos ainda agradam a muita gente, são 3º mundistas e revelam pouco esforço para serem competitivas. Penso que a Atalanta, que ainda é vista como uma espécie de Vaca sagrada por muitos lisboetas, deveria ter competição real e séria, como acontece noutros países europeus, para entender que tem que melhorar serviços de distribuição e edição...
Parecendo que até nisso tanto este post como o meu acima citado são 'concordantes', a Atalanta está a cair na filosofia do 'para quem é...' deitando fora um trabalho que me parece pessoalmente já teve algum mérito, mas não soube evoluir e crescer
É verdade. A Atalanta continua a ter uma só vantagem: os preços, que geralmente não são muito caros. Para Portugal entenda-se, que em Londres qualquer dvd é mais barato que cá...
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