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13.12.06

A ler



Este post de João Lopes. Vale a pena ler na íntegra, mas gostaria de salientar a seguinte passagem que subscrevo palavra por palavra (sublinhado meu):

Vive-se, hoje em dia, uma crise profunda na percepção/recepção do pensamento crítico (a que, como é óbvio, os próprios críticos não serão estranhos). Não é entenda-se, uma crise por causa de “bons” ou “maus” críticos — o crítico “certo” para um espectador será sempre o crítico “errado” para o espectador do lado. E só quem queira menosprezar a sua própria inteligência poderá querer (ou crer) que o exercício da crítica, no cinema ou em qualquer outra área, funcione como uma verdade evangélica. É uma crise que se liga com a indiferença dominante pela contradição, pela criatividade como dinâmica de contradições, pela pluralidade dos filmes e da vida. É, acima de tudo, uma crise cultural que promove a infantilização generalizada de olhares e comportamentos. E é sempre triste descobrir que há espectadores que não querem pensar a SUA relação com os filmes, preferindo viver o cinema como um exercício de fanatismo clubista. Nesse sentido, é a cinefilia (não o cinema) que está a morrer.

4 comments:

Hugo said...

Somos 2 a assinar na íntegra.

Unknown said...

Assim de repente, tirando filmes doi Woody Allen, há muito que não vejo uma grande comédia no cinema... e costumo ir ver muitas.
Acho que o melhor estã mesmo na TV: Seinfeld e Larry David.

gonn1000 said...

"E é sempre triste descobrir que há espectadores que não querem pensar a SUA relação com os filmes, preferindo viver o cinema como um exercício de fanatismo clubista."

Nem mais, muito boa gente - incluindo bloggers "cinéfilos" - deveria aprender com isto.

Hugo said...

Tal como há bloggers "cinéfilos" (com muitas aspas, obviamente) que insistem (fanaticamente?) em continuar a voltar as costas ao passado (id est, às fontes dos cineastas contemporâneos) e em mostrar de forma garbosa a ignorância. Sinais dos tempos, claro.

Quanto às relações com os filmes, ela vai desde as leituras mais óbvias Às tentativas de pensar Cinema. É tudo uma questão de capacidade de ver filmes. Acontece que um filme, quando é bom, tem várias camadas. Primeiro tira-se a casca...e até há quem nem chegue a esse nível básico (ou, pasme-se, nem queira!). Isso sim, mais do que lamentável, é triste. Triste será mesmo se alguns desses indivíduos chegarem a críticos profissionais. Longe venham os tempos.