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10.12.06

No Comments (II)


"Eu detestara Kids, detestei ainda mais Ken Park, a cena em que a miserável criatura espanca os avós era-me insuportável, o realizador repugnava-me ao mais alto grau, e foi com certeza essa repulsa sincera que me obrigou a falar do caso embora desconfiasse que Esther o apreciava por hábito, por conformismo, por ser cool aprovar a representação da violência nas artes, de que ela gostava dele sem um verdadeiro discernimento, como gostava de Michael Haneke por exemplo, sem sequer se aperceber que o sentido dos filmes de Michael Haneke, doloroso e moral, se situava nos antípodas do dos filmes de Larry Clark."

"(...) entre todos os comerciantes do mal, Larry Clark era um dos mais comuns, dos mais medíocres, simplesmente por tomar sem pudor o partido dos jovens contra os velhos, (...) em suma, Larry Clark e o seu abjecto cúmplice Harmony Corine não passavam de dois dos espécimes mais penosos - e artisticamente mais miseráveis - da ralé nietzschiana que há muito proliferava no campo cultural, e não podiam em caso algum ser colocados no plano de pessoas como Michael Haneke (...)"

Michel Houellebecq in "A possibilidade de uma ilha"

"[Michel Houellebecq] é o escritor contemporâneo de quem me sinto mais próximo: vivo no mesmo mundo deste homem. Mesmo que não tenha nada a ver com ele, o seu mal-estar é o mesmo que o meu."

Michael Haneke in Libération [citado na contracapa da edição de "Extensão do domínio da luta"

Mais sobre Houellebecq, incluindo as suas contribuições cinematográficas, no Blogue de Lauro António

1 comments:

Anonymous said...

Sim, sim, são dois "artistas" da "malaise contemporânea", do "ai que isto vai tão mal", dois mensageiros que colocam as suas ideias morais à frente de tudo o resto. Mais valia andarem a fazer teses. Se ainda dou algum crédito a Haneke, a Houellebecq era colocá-lo num saco e enviá-lo para a Tailândia, podia ser que sentisse na pele o final do seu execrável "Plataforma".Que gajo insuportável.