...Pedro Soares aka dermot, 24 anos, (quase) arquitecto de formação, cinéfilo por obsessão e autor do blogue Royale With Cheese por carolice.
Escolher (apenas) 10 filmes que tenham mudado a minha vida é uma situação ingrata, porque dez filmes num universo de milhares de filmes é uma gota num oceano. É como ter que escolher entre o pai e a mãe. Mas como sou um tipo corajoso decidi aceitar o desafio que o Harry Madox me lançou.
Estas listas dependem sempre de muita coisa. Se fossem só três filmes, era capaz de ser mais fácil. Assim, muitas escolhas vão depender do momento, das emoções ou de meros caprichos. Se esta lista fosse feita amanhã ou até mesmo daqui a 5 minutos seria, certamente, diferente.
Ressalvo ainda um pormenor: tirando o primeiro lugar, todos os outros não obedecem a nenhuma ordem qualitativa ou algo do género.
Pulp Fiction
No cinema, Quentin Tarantino é o meu Deus e Pulp Fiction a Bíblia. Se fizesse uma analogia com o futebol, o Tarantino seria o meu José Mourinho e Pulp Fiction o Chelsea. Acho que já perceberam onde quero chegar. Pulp Fiction não é um dos filmes da minha vida; é o filme da minha vida. Duvido que haja mais algum filme capaz de fundir a nouvelle vague, a cultura pop e o cinema xunga e dar-lhe um aspecto novo e original. Tarantino é o Godard dos anos 90!
Laranja Mecânica
Este é um daqueles marcos da minha adolescência, que mudou radicalmente a minha maneira de ver o cinema. Violência, sexo e Beethoven, eis uma combinação que nunca pensei que resultasse tão bem, tão... poeticamente. É, provavelmente, o filme mais iconoclasta desta lista.
Triologia O Padrinho
É certo que o terceiro tomo desta triologia não tem a categoria dos dois primeiros (argh, detesto o Andy Garcia), mas a epopeia não ficava completa sem este filme. Contudo, os dois primeiros são filmes perfeitos e arrisco mesmo a dizer que são os filmes mais bem escritos de sempre. Marlon Brando é genial, Al Pacino soberbo e Robert de Niro perfeito.
O Bom, o Mau e o Vilão
Sou um admirador inveterado de westerns de todo o tipo: clássicos, spaghettis e alternativos. Confesso que estive a um passo de escolher “Lágrimas Do Tigre Negro” – não é todos os dias que se vê um western tailandês, com cowboys de olhos em bico, cenários pintados a papel crepe e melodrama trágico a la telenovela mexicana –, mas se não optasse por “O Bom, O Mau E O Vilão” não me ia sentir bem comigo mesmo. Expoente máximo do western spaghetti, obra-prima de Ennio Morricone e Clint Eastwood melhor do que nunca – a melhor introdução possível ao western.
Um Coração Selvagem
Penso que é quase um lugar-comum encontrar um filme de David Lynch na lista dos filmes favoritos dos cinéfilos mais novos. Eu não sou excepção e o filme é “Um Coração Selvagem”. Não sou particular apreciador da fase surrealista de Lynch – nessa coisa de surrealistas, quem me tira o Jodorowskyn tira-me tudo. “Um Coração Selvagem” foi o filme que me revelou que o cinema também era artístico e... diferente de tudo aquilo que costumava alugar no clube de vídeo. E Sailor Ripley é capaz de ser o nome mais porreiro de sempre para um protagonista.
Parada de Monstros
Foi “Parada De Monstros” que arruinou a carreira de Tod Browning, acusado pela América conservadora de ser um sencacionalista barato. Sensacionalismo barato são os filmes de cowboys com anões ou os filmes de artes-marciais com shaolins amputados. Isto é um dos mais fantásticos filmes de sempre e continua hoje tão actual como há cinquenta anos atrás. Browning filma uma mão-cheia de aberrações de circo, mas os verdadeiros monstros são os homens ditos “normais”. Agora que penso nisso, é o que Guillermo Del Toro tem andando a fazer nos seus últimos filmes...
Harold e Maude
Em “Doidos Por Mary”, Cameron Diaz diz às tantas que “Harold E Maude” é a maior história de amor do cinema. Concordo piamente. Esta espécie de “Romeu E Julieta” subversivo, que une um rapaz depressivo com uma velhota esquisita que frequenta funerais é um filme divertido, bizarro, comovente e até romântico. E a banda-sonora de Cat Stevens deve ser a única coisa de jeito que ele fez na sua vida.
A Semente do Diabo
Qualquer um dos filmes da triologia dos apartamentos poderia estar aqui nesta lista. No entanto optei por “A Semente Do Diabo” por várias razões: pela banda-sonora que ainda hoje me causa arrepios na espinha; pela Mia Farrow que fica muito bem de cabelo curto; e por ser o primeiro grande filme de terror psicológico.
Casablanca
Este é o cliché desta lista. No entanto, não poderia deixar de o incluir. Não vale a pena dizer muito sobre “Casablanca”, toda a gente já o viu ou já ouviu falar dele. E deve ter sido o primeiro filme a preto e branco que vi, do princípio até ao fim, totalmente absorvido e fascinado com o que via.
Desperado
É provavelmente a surpresa desta lista. Mas faz todo o sentido que aqui esteja. Tarantino disse uma vez que “se quiseres fazer um filme de acção, então tens de fazer o melhor de sempre”. E foi isso que Robert Rodriguez fez. Já tinha feito um bom filme de acção, o “El Mariachi”, e por isso agora tinha que fazer o melhor de sempre. E é assim que surge “Desperado”, um Antonio Banderas cheio de estilo que se desvia dos tiros inimigos com grande graciosidade, dizima sozinho um exército inteiro e ainda toca viola. Só não apanha as balas com os dentes porque para isso já existe “O Super-Polícia”...
Menção Honrosa: This Is Spinal Tap
Vou tomar a liberdade de incluir nesta lista uma menção honrosa. É que depois d eter terminado, fiquei a pensar que esta lista deveria ter uma comédia. É que toda a vida vi comédias, desde que comecei a ver cinema. Por isso, não fazia sentido não incluir nenhuma. Por isso, ia escrever ali em cima “Top Secret!”, mas, misteriosamente, os meus dedos escreveram antes “This Is Spinal Tap”. E quem sou eu para contestar o meu inconsciente?. “This Is Spinal Tap” é um mockumentário hilariante sobre uma banda de rock’n’roll fictícia, que parodia de forma inteligente todos os clichets do rock. É um dos filmes que eu gostaria de ter feito um dia.
No cinema, Quentin Tarantino é o meu Deus e Pulp Fiction a Bíblia. Se fizesse uma analogia com o futebol, o Tarantino seria o meu José Mourinho e Pulp Fiction o Chelsea. Acho que já perceberam onde quero chegar. Pulp Fiction não é um dos filmes da minha vida; é o filme da minha vida. Duvido que haja mais algum filme capaz de fundir a nouvelle vague, a cultura pop e o cinema xunga e dar-lhe um aspecto novo e original. Tarantino é o Godard dos anos 90!
Laranja Mecânica
Este é um daqueles marcos da minha adolescência, que mudou radicalmente a minha maneira de ver o cinema. Violência, sexo e Beethoven, eis uma combinação que nunca pensei que resultasse tão bem, tão... poeticamente. É, provavelmente, o filme mais iconoclasta desta lista.
Triologia O Padrinho
É certo que o terceiro tomo desta triologia não tem a categoria dos dois primeiros (argh, detesto o Andy Garcia), mas a epopeia não ficava completa sem este filme. Contudo, os dois primeiros são filmes perfeitos e arrisco mesmo a dizer que são os filmes mais bem escritos de sempre. Marlon Brando é genial, Al Pacino soberbo e Robert de Niro perfeito.
O Bom, o Mau e o Vilão
Sou um admirador inveterado de westerns de todo o tipo: clássicos, spaghettis e alternativos. Confesso que estive a um passo de escolher “Lágrimas Do Tigre Negro” – não é todos os dias que se vê um western tailandês, com cowboys de olhos em bico, cenários pintados a papel crepe e melodrama trágico a la telenovela mexicana –, mas se não optasse por “O Bom, O Mau E O Vilão” não me ia sentir bem comigo mesmo. Expoente máximo do western spaghetti, obra-prima de Ennio Morricone e Clint Eastwood melhor do que nunca – a melhor introdução possível ao western.
Um Coração Selvagem
Penso que é quase um lugar-comum encontrar um filme de David Lynch na lista dos filmes favoritos dos cinéfilos mais novos. Eu não sou excepção e o filme é “Um Coração Selvagem”. Não sou particular apreciador da fase surrealista de Lynch – nessa coisa de surrealistas, quem me tira o Jodorowskyn tira-me tudo. “Um Coração Selvagem” foi o filme que me revelou que o cinema também era artístico e... diferente de tudo aquilo que costumava alugar no clube de vídeo. E Sailor Ripley é capaz de ser o nome mais porreiro de sempre para um protagonista.
Parada de Monstros
Foi “Parada De Monstros” que arruinou a carreira de Tod Browning, acusado pela América conservadora de ser um sencacionalista barato. Sensacionalismo barato são os filmes de cowboys com anões ou os filmes de artes-marciais com shaolins amputados. Isto é um dos mais fantásticos filmes de sempre e continua hoje tão actual como há cinquenta anos atrás. Browning filma uma mão-cheia de aberrações de circo, mas os verdadeiros monstros são os homens ditos “normais”. Agora que penso nisso, é o que Guillermo Del Toro tem andando a fazer nos seus últimos filmes...
Harold e Maude
Em “Doidos Por Mary”, Cameron Diaz diz às tantas que “Harold E Maude” é a maior história de amor do cinema. Concordo piamente. Esta espécie de “Romeu E Julieta” subversivo, que une um rapaz depressivo com uma velhota esquisita que frequenta funerais é um filme divertido, bizarro, comovente e até romântico. E a banda-sonora de Cat Stevens deve ser a única coisa de jeito que ele fez na sua vida.
A Semente do Diabo
Qualquer um dos filmes da triologia dos apartamentos poderia estar aqui nesta lista. No entanto optei por “A Semente Do Diabo” por várias razões: pela banda-sonora que ainda hoje me causa arrepios na espinha; pela Mia Farrow que fica muito bem de cabelo curto; e por ser o primeiro grande filme de terror psicológico.
Casablanca
Este é o cliché desta lista. No entanto, não poderia deixar de o incluir. Não vale a pena dizer muito sobre “Casablanca”, toda a gente já o viu ou já ouviu falar dele. E deve ter sido o primeiro filme a preto e branco que vi, do princípio até ao fim, totalmente absorvido e fascinado com o que via.
Desperado
É provavelmente a surpresa desta lista. Mas faz todo o sentido que aqui esteja. Tarantino disse uma vez que “se quiseres fazer um filme de acção, então tens de fazer o melhor de sempre”. E foi isso que Robert Rodriguez fez. Já tinha feito um bom filme de acção, o “El Mariachi”, e por isso agora tinha que fazer o melhor de sempre. E é assim que surge “Desperado”, um Antonio Banderas cheio de estilo que se desvia dos tiros inimigos com grande graciosidade, dizima sozinho um exército inteiro e ainda toca viola. Só não apanha as balas com os dentes porque para isso já existe “O Super-Polícia”...
Menção Honrosa: This Is Spinal Tap
Vou tomar a liberdade de incluir nesta lista uma menção honrosa. É que depois d eter terminado, fiquei a pensar que esta lista deveria ter uma comédia. É que toda a vida vi comédias, desde que comecei a ver cinema. Por isso, não fazia sentido não incluir nenhuma. Por isso, ia escrever ali em cima “Top Secret!”, mas, misteriosamente, os meus dedos escreveram antes “This Is Spinal Tap”. E quem sou eu para contestar o meu inconsciente?. “This Is Spinal Tap” é um mockumentário hilariante sobre uma banda de rock’n’roll fictícia, que parodia de forma inteligente todos os clichets do rock. É um dos filmes que eu gostaria de ter feito um dia.
Todas as semanas um blogger cinéfilo falará aqui de 10 filmes da sua vida. O próximo convidado é o atomo!
4 comments:
Obrigado pelo convite, Harry Madox =) Foi uma honra e um prazer contribuir.
Abraço
"Um Coração Selvagem", esse tão injustiçado Lynch, também é o meu filme dele preferido. E prefiro a chungaria barata, mais mais imaginativa, do El Mariachi ao(s) Desperado(s).
Que grande lista, não muito convencional, como se quer :)
que lista man! ;)
(e o Harold & Mauda, arranjas?)
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