Uma vez que este blogue ultimamente mais parece um florilégio (bela palavra) de tops e listas variadas, vou abusar da paciência de quem ainda está para me aturar e postar aqui mais um top: o dos 10 melhores filmes mudos, segundo os leitores do site Silent Era. Eles são:
1.
The General, Buster Keaton e Clyde Bruckman, USA, 1926
2.
Metropolis, Fritz Lang, Alemanha, 1927
3.
Sunrise, F.W. Murnau, USA, 1927
4.
City Lights, Charles Chaplin, USA, 1931
5.
Nosferatu, F.W. Murnau, Alemanha, 1922
6.
The Gold Rush, Charles Chaplin, USA, 1925
7.
La Passion et la Mort de Jeanne d’Arc, Carl Th. Dreyer, França, 1928
8.
Das Cabinet des Dr. Caligari, Robert Wiene, Alemanha, 1920
9.
Bronenosets ‘Potyomkin’, Sergei M. Eisenstein, URSS, 1920
10.
Greed, Erich von Stroheim, USA, 1924
Destes 10 só nunca vi 'Greed' /'Aves de rapina', de Von Stroheim, e penso que algo do género se passará com a maioria dos leitores (do top 100 terei visto cerca de um quarto). Pelo menos já toda a gente terá ouvido falar da maioria deles, o que de certa maneira não deixa de ser surpreendente e mostra a perenidade do género. Aliás uma prova de que o interesse se mantém, é o número cada vez maior de filmes mudos que vão sendo editados em dvd (há que ter presente, no entanto, que só temos acesso a um pequeno número deles, pois não era invulgar, na altura dos filmes de 2 bobinas, um realizador dirigir dezenas de filmes num ano - no IMDB são creditados uns 60 filmes a Griffith só em 1912...).
E, já agora, na nossa 'secção' 10 filmes da vida de... foram até à data citados 5 filmes mudos: 'Metropolis', de Lang (2 vezes), 'Aurora' e 'Fausto', de Murnau , 'As luzes da cidade' de Chaplin e 'Limite', de Mário Peixoto (um clássico Brasileiro que eu nunca tive oportunidade de ver, escolhido pelo Sérgio).
14 comments:
Sou uma confessa apaixonada pelo mudo, vou tentando aproveitar o máximo de oportunidades para mergulhar nesses sonhos silenciosos em cinema sempre que posso e não houve até hoje um que não gostasse... Talvez seja uma manifestação da minha personalidade algo nostálgica, não sei...
E curiosamente vi o nº1 dessa lista muito recentemente (grande Keaton!)
Eu também gosto muito de quase todos os que vi. Mas se calhar é porque só vemos os melhores, os que passaram o teste do tempo :)
O expressionismo alemão é uma paixão minha, por isso Murnau, Wiene e Lang na lista é uma óptima escolha!
Sem dúvida!
E em 11º vem 'Die Büchse der Pandora', do Pabst.
É um género que gosto de apreciar no cinema, para mergulhar totalmente dentro de cada filme, no silêncio de uma sala (que se aproxima até assim mais de um igreja ou de um templo do que com um filme sonoro).
Difícil escolher os meus preferidos... "Sunrise", "City Girl" (Murnau), "Die Büchse der Pandora" (Pabst), "L'Argent" (L'Herbier), "Dr. Mabuse, der spieler" (Lang), e ainda tantos para descobrir, por exemplo no Japão! Só Ozu realizou 22 filmes mudos...
Pois é - os japoneses mantiveram-se no mudo por muito mais tempo.
Curioso como as coisas mudam. Quando estreou, the general foi um falhanço de bilhetereiras e o keaton criticado por fazer uma comédia de riso difícil. Agora é considerado o melhor filme mudo. Como os tempos mudam...
Gosto de todos os filmes da lista, confesso. Em relação ao greed, surgiu recentemente uma nova versão. Infelizmente, não é a completa que foi destruída pelos estúdios (o que fe o stroheim dizer que lhe tinham destruído o filme...).
É verdade, o 'The general' foi um grande falhanço de critica e público. Aliás, o campeão de bilheteira no inicio dos anos 20 era o Harold Lloyd.
Quanto ao 'Greed', a versão inicial tinha 47 bobinas (aí umas 8 horas)...
é porque não é nosso sócio :-) já os mostrámos todinhos, incluindo o greed (péssima cópia que mandámos vir de espanha, em 16mm; mas enfim, lá passámos).
abraço,
anabela moutinho
Que maravilha - infelizmente moro no outro extremo do país :(
Vi o Greed recentemente aqui em Paris num dos cinemas Action, onde so passam ciclos de autor ou de época e retrospectivas gerais, sempre com copias restauradas, portanto impecaveis. O original desse filme tinha, como foi dito acima, cerca de 8 horas. Sinceramente, ja não me lembro quanto tempo durava a copia que vi, mas o filme mantinha o seu espirito e a sua visão cruel sobre o Homem, e com um final impressionante, apesar de se notarem cortes e saltos dramaticos de vez em quando. é sem duvida um filme a ver de um realizador cada vez mais esquecido que esteve à frente do seu tempo.
Sem dúvida. Mas não deixa de ser interessante aparecer neste top (votado por leitores do site), onde não está por exemplo nenhum Griffith...
Concordo. Por acaso acho que falta neste top um filme do Griffith. talvez pelo que trouxe ao cinema escolhesse o The birth of a nation. Mas o Intolerance não lhe fica atrás (mais um exemplo de um filme que foi cortado - ou desbastado - pelos estúdios à época).
O Griffith continua a não ser consensual por motivos ideológicos, nomeadamente o 'Birth of a nation'. Nos States são muito sensiveis a este ponto - ainda nos anos 90 houve controversia com a sua selecção para o US National Film Regestry, que preserva os filmes mais importantes do país...
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