Este filme estava na minha lista dos 'a ver' há já algum tempo, mas por um motivo ou outro foi ficando em stand-by, acabando por cair numa espécie de limbo, até que este muito divertido post mo trouxe de novo à memória.
Ultimamente tenho tido oportunidade de ver alguns filmes franceses da 'produção corrente', digamos assim - ou seja, que não são assinados nem por realizadores consagrados em actividade, como Chabrol, Rohmer ou Garrel, nem por realizadores mais jovens mas com 'nome feito' como Ozon ou Honoré. A qualidade média é, na minha opinião, semelhante à dos made in Hollywood. Ou seja, fracota. A diferença, parece-me, é que estamos tão fartos da trigésima quarta sequela, da vigésima sétima adaptação de um comic, da quinquagésima ressurreição de um herói musculoso de há 20 anos, que tudo o que foge deste parque infantil em que Hollywood se tornou é por nós recebido pelo menos com boa vontade e esperança.
E nisto, nos temas 'adultos' (diferente de 'profundos', ou 'relevantes', ou até bem tratados, entenda-se) os franceses, passe o cliché, não desiludem. 'Pintar ou fazer amor', por exemplo, apresenta-nos um casal (os grandes Daniel Auteuil/Sabine Azema) que se rende aos prazeres do... swinging (vulgo trocas de casais, esclareço os mais inocentes). De resto o argumento não vai para lá de uma leveza agradável, a realização é competente mas anódina, e no geral não se distingue grandemente daqueles filmes que passam na TV ao Domingo à tarde (bom, se excluirmos dois ou três nus - mas não quero que me acusem de carregar nos clichés sobre o cinema francês).
É desnecessário dizer que Renoir, Truffaut ou Rohmer estão entre os realizadores que mais gosto. Ou que 'Chansons d´amour' é um dos filmes que me irá ficar deste medianíssimo ano cinematográfico. Apenas as coisas são como são. Por cada filme marcante que vemos, há dez que esquecemos logo a seguir. E esta constatação não exceptua nacionalidades.
Peindre ou faire l`amour, França, 2005. Realização: Arnaud e Jean-Marie Larrieu. Com: Sabine Azema, Daniel Auteuil, Amira Casar, Sergi Lopez, Philippe Katerine, Hélène de Saint-Père.
2 comments:
Belo e inusitado filme esse, já a trilha de ~Canções de Amor não pára de tocar no meu Ipod!
Harry,
até gosto da maneira como o filme começa, mas depois vai ficando óbvio demais e termina "desinteressante" mesmo.
Abração
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