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3.2.08

O banquete do amor



'Feast of Love' é mais um filme-mosaico, que anda à volta das relações amorosas e sexuais de vários casais. O fio condutor é Morgan Freeman, que vai observando com um misto de admiração e desencanto o que se passa à sua volta.
Se formalmente este filme é um descendente de 'Short Cuts' ou 'Magnolia', a sua temática (genericamente as relações humanas nos subúrbios da classe média americana) também traz à lembrança o recente 'Pecados Íntimos'.
Na minha opinião não está ao nível dos seus modelos porque, sendo um filme de actores e argumento, o seu ponto fraco está precisamente no argumento. Mesmo que o veterano Robert Benton não seja Altman ou P.T.Anderson, é ainda assim um realizador confiável que já assinou boas adaptações de obras literárias; mas Charles Baxter, que escreveu o livro que o filme adapta, não é certamente Raymond Carver, nem sequer Tom Perrotta.
O argumento é certinho de mais, parece o trabalho de um (bom) aluno de um curso de escrita criativa. As personagens estão bem desenhadas, os acontecimentos vão-se entrelaçando com eficácia e desenvoltura, os diálogos são geralmente bons (às vezes um pouco óbvios, às vezes bastante bons), há um narrador que vai pontuando a narrativa, mas nunca se passa do tom levemente sentimental para algo que desperte o espectador, nem existe um ponto de vista verdadeiramente original sobre o amor, ou o sexo, ou o que quer que seja.
Benton ainda tenta dar alguma rugosidade ao filme, quer através dum inteligente uso da fotografia, quer indo um pouco mais além que o normal num filme médio americano ao filmar nus, mas nunca consegue tirar-nos a sensação de estarmos a ver um simpático filme de Domingo à tarde.
Feast of Love, E.U.A., 2007. Realização: Robert Benton. Com: Morgan Freeman, Greg Kinnear, Radha Mitchell, Billy Burke, Selma Blair, Alexa Davalos, Toby Hemingway, Jane Alexander.

1 comments:

Anonymous said...

Aqui está uma crítica a tresandar pretensiosismo. Quem não percebe nada de cinema, quem não é capaz de fazer um filme deve abster-se de fazer crítica. Fique-se pelo comentário que é apenas uma opinião pessoal. A crítica não pode nunca ser baseada na nossa opinião mas apenas se está ou não cinematográficamente bem feito.