Ao fim de quase 30 anos de existência, o Fantasporto ainda continua a dar alguns exemplos de um amadorismo gritante.
Exemplo 1) Está o escriba no passado dia 1 na fila para comprar bilhete para ‘One missed call Final’ (3ª sequela de um filme de Miike), quando repara num aviso em que se diz que o ‘filme chegou sem legendas’ pelo que foi substituído pela ‘antestreia Europeia do filme ‘The Eye 10’ dos irmãos Pang’. Assim, sem mais nada. Quem quiser que arrisque! (se bem que às vezes ter uma sinopse ou não ter vai dar ao mesmo, tal a (falta de) qualidade das mesmas...)
Exemplo 2) Uma conhecida marca de cerveja e patrocinadora do Fantasporto, promove uma campanha em que por cada cerveja bebida nos espaços do Fantas o bebedor-cinéfilo tem direito a um carimbo num ‘passaporte’. Sendo que três carimbos dão direito a dois bilhetes para o Fantas.
Domingo, dia 2, o escriba dirige-se com o dito passaporte devidamente carimbado à ‘Cidade do cinema’, um barracão em frente ao Rivoli, para proceder à respectiva troca. É informado que só abre às 15h. Ok, o escriba vai dar uma volta e regressa às 15h (com mais um carimbo, entretanto!). A dita ‘Cidade' continua fechada. O escriba hesita em ir ver a sessão das 15h e voltar, mas acaba por se decidir esperar. Passado um bom quarto de hora, lá abrem as portas (ou melhor, a lona). Um simpático rapaz da Super-Bock (ok, adivinharam a marca) explica-nos que não tem bilhetes para trocar, que não estão lá… Depois de um telefonema descobre que a colega ‘que deve estar a chegar’ é que os tem. Entretanto já se tinha juntado um pequeno grupo e o rapaz, fica nervoso… é que só têm 16 bilhetes por dia para oferecer! Sendo que cada pessoa ali tem direito pelo menos a 2, já estão à justa. Pede-nos para fazermos uma fila, para se saber quem chegou primeiro, e diz-nos algo timidamente que só pode trocar 2 bilhetes por pessoa, e quem estiver para trás do oitavo lugar da fila é melhor voltar no dia seguinte, conselho que vai repetindo a quem vai chegando.
Entretanto uma pessoa ali na fila, sem saber bem porquê, lá vai perguntando pela ‘colega que deve estar a chegar’. ‘Nós entramos às 15h, por isso deve estar mesmo a vir…’. Entretanto vão-se contando histórias semelhantes do dia anterior, em que passados 5 minutos da abertura do barraco já não havia bilhetes.
Passa das 15h30 e chega a ‘colega’ com toda a calma. Nem se digna olhar para a fila, nem bom dia nem boa tarde, limita-se a entregar com ar superior os bilhetes/convites ao colega que esteve a aturar as pessoas (muito pacificas, como é apanágio dos portugueses). E pronto, nós lá saímos todos contentes com 2 bilhetezinhos que a Super Bock numa espectacular colaboração com o Fantasporto teve a extrema amabilidade de oferecer a 8 dos seus clientes…
Exemplo 3) Segunda-feira às 23h15 acumula-se uma pequena multidão à porta do grande auditório para assistir a ‘I’m a Cyborg but that’s ok’, de Chan-wook Park, provavelmente o filme mais aguardado deste Fantas. Passada a hora marcada, sem as portas se abrirem, percebe-se que se passa algo de errado. Alguém na fila comunica ao escriba que houve problemas técnicos com o filme da sessão anterior, pelo que este ainda decorre. A malta, animada por aquele ‘espírito Fantas’, lá vai aguardando ordeiramente. Lá para 23h45, já com meia hora de atraso e sem ninguém da organização dar qualquer explicação, o escriba resolve indagar junto a um dos porteiros. ‘Está atrasado uns 45 minutos, no mínimo…’ informa simpaticamente. Ainda bem que avisam, pensa o escriba dirigindo-se para a bilheteira, que no dia seguinte é dia de trabalho e ainda há 1 hora de caminho pela frente: ‘informaram-nos que tal e tal’, ao que é respondido que um membro da organização estava a tentar saber qual o atraso real e ainda não havia nada ‘oficial’. Mas pode devolver-nos o dinheiro dos bilhetes? Posso. Obrigado.
E pronto, dos 4 filmes que pretendia ver em 2 dias, consegui ver 2.
Já falei no ‘espirito Fantas’, que se estenderá a outros festivais, que implica uma certa tolerância que não se teria num cinema ‘comercial’, enfim, somos todos cinéfilos, estamos gratos à organização por nos proporcionar o festival, compreendemos que é difícil levar tudo a bom porto, etc., etc.
Mas quando na sessão de abertura, temos um membro da organização a perorar longamente sobre o prestígio do Fantas, o facto de ser um ‘festival internacional’, que ao contrário de outros não é um ‘festival que passa dvds’, que tem que ter subsídios compatíveis com a sua competência, etc., etc., aí já temos mais dificuldade em compreender estes amadorismos e, mais grave, falta de respeito para com os espectadores.
Para o ano há mais.
Exemplo 1) Está o escriba no passado dia 1 na fila para comprar bilhete para ‘One missed call Final’ (3ª sequela de um filme de Miike), quando repara num aviso em que se diz que o ‘filme chegou sem legendas’ pelo que foi substituído pela ‘antestreia Europeia do filme ‘The Eye 10’ dos irmãos Pang’. Assim, sem mais nada. Quem quiser que arrisque! (se bem que às vezes ter uma sinopse ou não ter vai dar ao mesmo, tal a (falta de) qualidade das mesmas...)
Exemplo 2) Uma conhecida marca de cerveja e patrocinadora do Fantasporto, promove uma campanha em que por cada cerveja bebida nos espaços do Fantas o bebedor-cinéfilo tem direito a um carimbo num ‘passaporte’. Sendo que três carimbos dão direito a dois bilhetes para o Fantas.
Domingo, dia 2, o escriba dirige-se com o dito passaporte devidamente carimbado à ‘Cidade do cinema’, um barracão em frente ao Rivoli, para proceder à respectiva troca. É informado que só abre às 15h. Ok, o escriba vai dar uma volta e regressa às 15h (com mais um carimbo, entretanto!). A dita ‘Cidade' continua fechada. O escriba hesita em ir ver a sessão das 15h e voltar, mas acaba por se decidir esperar. Passado um bom quarto de hora, lá abrem as portas (ou melhor, a lona). Um simpático rapaz da Super-Bock (ok, adivinharam a marca) explica-nos que não tem bilhetes para trocar, que não estão lá… Depois de um telefonema descobre que a colega ‘que deve estar a chegar’ é que os tem. Entretanto já se tinha juntado um pequeno grupo e o rapaz, fica nervoso… é que só têm 16 bilhetes por dia para oferecer! Sendo que cada pessoa ali tem direito pelo menos a 2, já estão à justa. Pede-nos para fazermos uma fila, para se saber quem chegou primeiro, e diz-nos algo timidamente que só pode trocar 2 bilhetes por pessoa, e quem estiver para trás do oitavo lugar da fila é melhor voltar no dia seguinte, conselho que vai repetindo a quem vai chegando.
Entretanto uma pessoa ali na fila, sem saber bem porquê, lá vai perguntando pela ‘colega que deve estar a chegar’. ‘Nós entramos às 15h, por isso deve estar mesmo a vir…’. Entretanto vão-se contando histórias semelhantes do dia anterior, em que passados 5 minutos da abertura do barraco já não havia bilhetes.
Passa das 15h30 e chega a ‘colega’ com toda a calma. Nem se digna olhar para a fila, nem bom dia nem boa tarde, limita-se a entregar com ar superior os bilhetes/convites ao colega que esteve a aturar as pessoas (muito pacificas, como é apanágio dos portugueses). E pronto, nós lá saímos todos contentes com 2 bilhetezinhos que a Super Bock numa espectacular colaboração com o Fantasporto teve a extrema amabilidade de oferecer a 8 dos seus clientes…
Exemplo 3) Segunda-feira às 23h15 acumula-se uma pequena multidão à porta do grande auditório para assistir a ‘I’m a Cyborg but that’s ok’, de Chan-wook Park, provavelmente o filme mais aguardado deste Fantas. Passada a hora marcada, sem as portas se abrirem, percebe-se que se passa algo de errado. Alguém na fila comunica ao escriba que houve problemas técnicos com o filme da sessão anterior, pelo que este ainda decorre. A malta, animada por aquele ‘espírito Fantas’, lá vai aguardando ordeiramente. Lá para 23h45, já com meia hora de atraso e sem ninguém da organização dar qualquer explicação, o escriba resolve indagar junto a um dos porteiros. ‘Está atrasado uns 45 minutos, no mínimo…’ informa simpaticamente. Ainda bem que avisam, pensa o escriba dirigindo-se para a bilheteira, que no dia seguinte é dia de trabalho e ainda há 1 hora de caminho pela frente: ‘informaram-nos que tal e tal’, ao que é respondido que um membro da organização estava a tentar saber qual o atraso real e ainda não havia nada ‘oficial’. Mas pode devolver-nos o dinheiro dos bilhetes? Posso. Obrigado.
E pronto, dos 4 filmes que pretendia ver em 2 dias, consegui ver 2.
Já falei no ‘espirito Fantas’, que se estenderá a outros festivais, que implica uma certa tolerância que não se teria num cinema ‘comercial’, enfim, somos todos cinéfilos, estamos gratos à organização por nos proporcionar o festival, compreendemos que é difícil levar tudo a bom porto, etc., etc.
Mas quando na sessão de abertura, temos um membro da organização a perorar longamente sobre o prestígio do Fantas, o facto de ser um ‘festival internacional’, que ao contrário de outros não é um ‘festival que passa dvds’, que tem que ter subsídios compatíveis com a sua competência, etc., etc., aí já temos mais dificuldade em compreender estes amadorismos e, mais grave, falta de respeito para com os espectadores.
Para o ano há mais.
5 comments:
Eu deixava de beber Super Bock...
com 28 anos em cima, estas coisas deviam ser uma miragem distante do passado...
é inadmissível que não informassem as pessoas do problema, que já era conhecido desde a sessão das 17h, primeiro filme a dar barraca.. e depois o das 19h.. e depois o das 21h15... todos esses tiveram problemas... mas mesmo assim, não havia nada oficial não é? bahhh... o_0
irrita-me, porque adoro este festival e quero vê-lo singrar, mas estes amadorismos eram escusados!
Essa eu não sabia...
Isso significa que nao conseguistes ver o I'm a Cyborg but that's OK em tela?
Ja o vi varias vezes, mas estou mortinho para o ver como deve ser no cinema agora em Abril, quando estreiar (comercialmente) aqui no RU... parece-me que e o melhor filme do homem ate agora, ultrapassando mesmo o Oldboy
abracos,
a!
É, só o consegui ver em casa... Gostei bastante, também.
abraço!
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