Recent Posts

7.3.08

Três tempos



‘Três tempos’ é constituído por 3 segmentos independentes, 3 médias metragens vagamente unidas pelo tema (relações, de amor, ou nem tanto) e pelos actores. A primeira passa-se em 1966, e segue um soldado que procura uma mulher com quem costumava jogar bilhar; a segunda passa-se num bordel no início do século e é ‘muda’, com entretítulos e tudo, apenas com acompanhamento musical; finalmente a última e mais pessimista decorre em 2005 e fala-nos de um triângulo amoroso, de um mulher com outra mulher e um homem, numa época de sms e mails.
Tirando o seu segmento de 'Chacun son cinéma', este é o primeiro filme que vejo de Hsiao-Hsien, realizador taiwanês multi-premiado, nomeadamente em Cannes e Berlim. É um filme melancólico, lacónico, com um tempo próprio, sem gestos bruscos. Gostei do seu minimalismo formal e das suas histórias apenas esboçadas, sugeridas, mas estive longe de ficar deslumbrado.
Não me marcou ou surpreendeu como me aconteceu quando descobri Tsai Ming-liang (e em boa verdade continua a acontecer), seu conterrâneo com quem por vezes é comparado (ou vice-versa – Liang, dez anos mais novo, é que será influenciado por ele). Parece-me menos excêntrico, em ambos os sentidos da palavra. Mas, claro, é impossível julgá-lo por um filme só. Eu provavelmente não comecei pelo mais indicado.
Zui hao de shi guang/Three Times, Formosa/França, 2005. Realização: Hsiao-hsien Hou. Com: Shu Qi, Chang Chen, Di Mei, Shi-Zheng Chen, Pei-Hsuan Lee.

0 comments: