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24.6.08

Obsessão mortal



O agente agente federal Errol Babbage (Richard Gere, cujos dotes interpretativos têm melhorado exponencialmente com o passar dos anos) tem como missão acompanhar os acusados de delitos sexuais que saem da prisão. Os seus métodos são poucos ortodoxos, é obsessivo, não segue as regras e tem uma visão mais do que negra da humanidade (que o filme não lhe desmente): para ele, cada recluso libertado é um reincidente a curto prazo.

Babbage está prestes a ser reformado e a ser substituído por uma novata (a sempre interessante Claire Danes, aqui num papel com pouco sumo para espremer), mas não desiste dum último caso.

Estamos assim perante um tema clássico, que vem - pelo menos - dos westerns: o do pistoleiro experiente e desencantado que passa o testemunho ao adjunto inexperiente e idealista que acaba por o admirar.

Andrew Lau, realizador de Hong Kong que realizou a trilogia de culto 'Infernal Affairs' - de cujo primeiro tomo Scorsese fez um remake chamado 'The Departed' com o sucesso que se sabe - estreia-se com este filme em Hollywood, pisando terrenos algo distantes do que seria de esperar.

É que mais do que um filme de acção - há aqui muito pouca 'acção' - 'Obsessão mortal' é uma sombria reflexão (ía escrever meditação, mas o filme não chega a tanto) sobre o mal e sobre o modo como perturba quem se aproxima dele (Gere). Ou será que só se aproxima dele quem já sente o seu fascínio, mesmo que escolha o outro lado?

Não estando ao nível do melhor que Lau fez na sua terra natal, 'Obsessão mortal' é ainda assim uma obra competente, segura e bem filmada (tem mesmo meia dúzia de muito belos planos), que não deslustra o nome do realizador.
The Flock, E.U.A., 2007. Realização: Andrew Lau. Com: Richard Gere, Claire Danes, KaDee Strickland, Avril Lavigne, Ray Wise.

2 comments:

Anonymous said...

Vi-o no final do ano passado (esta foi uma daquelas estreias com 9 meses de atraso) e lembro-me de ter detestado a coisa. Pareceu-me francamente amador. Estou surpreendido pela tua opinião positiva :)

Cumps

Unknown said...

Bom, está longe de ser uma uma obra-prima, mas também não me parece que mereça a invisibilidade a que tem sido votado...