Quarenta anos depois de 'Comboios rigorosamente vigiados', o filme que lhe deu fama, Jiri Menzel volta a adaptar um romance do seu compatriota Bohumil Hrabal. De Hrabal, disse Kundera que "é uma das incarnações mais autênticas da Praga mágica; é o incrível casamento do amor plebeu e da imaginação barroca".
'Eu servi o Rei de Inglaterra' é um retrato de um país desaparecido, a Checoslováquia dos anos 40 e 50, 'tirado' do ponto de vista de um oportunista empregado de mesa. E o retrato até é simpático: a história (e a História) é interessante, os actores bem escolhidos e a realização correcta. Falta-lhe no entanto o tal lado da 'imaginação barroca', que sobra a Hrabal mas mingua em Menzel, só se entrevendo de quando em quando. E sem ela ficamos com algo mais parecido com um telefilme - dos bem feitos, ainda assim - do que de grande cinema.
Obsluhoval jsem anglického krále/I Served the King of England, República Checa/Eslováquia, 2006. Realização: Jiri Menzel. Com: Ivan Barnev, Oldrich Kaiser, Julia Jentsch, Martin Huba, Marián Labuda, Milan Lasica.
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