A rapariga da mala
Tal como em ‘Verão violento’, há aqui uma paixão impossível, neste caso de um adolescente (Lorenzo, o excelente Jacques Perrin) por uma mulher mais velha (Aida, a bela Claudia Cardinale), que foi abandonada pelo irmão mais velho daquele, e anda a fazer pela vida. É mais ‘leve’ que os outros Zurlinis que vi, pois é um amor impossível a priori, uma paixão juvenil, meio desinteressada, mas ainda assim tem momentos terríveis, como o da conversa de Cardinale com o padre. Aliás, se virmos o filme pelo lado dela, há uma sombra trágica sempre presente.
Mas, se tanto Aida como Lorenzo são personagens imperdíveis, o simpático e disponível menino rico Lorenzo Fainardi fica mesmo na nossa memória e vemos muito o filme pelos seus olhos.
De resto, a discreta mise en scene de Zurlini é o primor habitual.
Tal como em ‘Verão violento’, há aqui uma paixão impossível, neste caso de um adolescente (Lorenzo, o excelente Jacques Perrin) por uma mulher mais velha (Aida, a bela Claudia Cardinale), que foi abandonada pelo irmão mais velho daquele, e anda a fazer pela vida. É mais ‘leve’ que os outros Zurlinis que vi, pois é um amor impossível a priori, uma paixão juvenil, meio desinteressada, mas ainda assim tem momentos terríveis, como o da conversa de Cardinale com o padre. Aliás, se virmos o filme pelo lado dela, há uma sombra trágica sempre presente.
Mas, se tanto Aida como Lorenzo são personagens imperdíveis, o simpático e disponível menino rico Lorenzo Fainardi fica mesmo na nossa memória e vemos muito o filme pelos seus olhos.
De resto, a discreta mise en scene de Zurlini é o primor habitual.
La ragazza con la valigia, Valerio Zurini, 1961 (9/10)
Outono escaldante
Terceiro filme de Zurlini que vejo, terceira história de amor (impossível) entre pessoas de idades muito diferentes. A diferença é que, neste caso, o mais velho é o homem (a situação mais vulgar). E o homem é Alain Delon, o Samurai, com trinta e muitos e barba por fazer, que tem uma relação complicada em casa (e a que, como saberemos, está irremediavelmente preso), mas que não se coíbe de se atirar a uma sua aluna, de 19 anos, em plena sala de aula, em frente aos colegas.
Ela namora com o playboy local, sendo que o local é Rimini, uma Rimini muito diferente da de Fellini, uma Rimini de jovens abastados, do jogo, das seduções, das festas, dos segredos, da pequenez, do ambiente irrespirável. Ela não é feliz e gosta da atenção que ele lhe dá. Ela é complicada e ele é complicado, num mundo superficial ou que faz por o ser. E não há hipótese do seu amor, ou o que quer que lhe chamemos, dar certo.
‘Outono escaldante’, fraca ‘tradução’ de ‘La Prima notte di quiete’ (sendo que essa prima notte é a morte), é uma obra-prima absoluta, um daqueles filmes que criam um universo completo, de onde não escapamos sem marcas.
Outono escaldante
Terceiro filme de Zurlini que vejo, terceira história de amor (impossível) entre pessoas de idades muito diferentes. A diferença é que, neste caso, o mais velho é o homem (a situação mais vulgar). E o homem é Alain Delon, o Samurai, com trinta e muitos e barba por fazer, que tem uma relação complicada em casa (e a que, como saberemos, está irremediavelmente preso), mas que não se coíbe de se atirar a uma sua aluna, de 19 anos, em plena sala de aula, em frente aos colegas.
Ela namora com o playboy local, sendo que o local é Rimini, uma Rimini muito diferente da de Fellini, uma Rimini de jovens abastados, do jogo, das seduções, das festas, dos segredos, da pequenez, do ambiente irrespirável. Ela não é feliz e gosta da atenção que ele lhe dá. Ela é complicada e ele é complicado, num mundo superficial ou que faz por o ser. E não há hipótese do seu amor, ou o que quer que lhe chamemos, dar certo.
‘Outono escaldante’, fraca ‘tradução’ de ‘La Prima notte di quiete’ (sendo que essa prima notte é a morte), é uma obra-prima absoluta, um daqueles filmes que criam um universo completo, de onde não escapamos sem marcas.
La Prima notte di quiete, Valerio Zurlini, 1972 (10/10)
2 comments:
Nunca vi nenhum destes dois, mas Verão Escaldante (acho que é essa a tradução, é o Estate Violenta em italiano) é fabuloso, como um filme de Antonioni, um bocado mais melodramático, mas muito bom visualmente e em termos de actores. Recomendo! :)
Por acaso vi este filme quando ele estreou no Império em 1974, depois de tersido extinta a censura. Na altura pareceu-me um bom filme, pois antes do 25 de Abril nada disto era permitido em Portugal. Penso que o Delon morre tragicamente num acidente, quando embate a grande velocidade num camião cisterna.
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