'Los cronocrímenes', realizado por tuta e meia pelo espanhol Nacho Vigalondo, ganhou uma série de prémios em festivais de cinema fantástico e tornou-se um pequeno fenómeno de culto.
O argumento, também escrito pelo realizador, parte dum tema clássico – a viagem no tempo – mas com uma variante curiosa: o seu protagonista anda para trás no tempo… uma hora.
'Los cronocrímenes' enreda-se nos habituais paradoxos que os saltos temporais suscitam, e o espectador avisado não se preocupa demasiadamente com alguns buracos que apareçam no argumento nem quebra demasiadamente a cabeça à procura deles.
Posto isto, a partir de meio filme o argumento é razoavelmente previsível e não trás nada de novo. O realizador, no entanto, tem um estilo despachado, faz das fraquezas (o filme tem 4 actores - e um é o próprio realizador; o cenário não é mais do que uma casa e os seus arredores; a máquina do tempo parece saída dum filme dos anos 50) forças (tudo tem um saudável ar ‘série B’, não um ar ‘pobrezinho’) e não está ali para engonhar (a fita não chega à hora e meia).
Em suma, não sendo mais do que um divertimento, é ainda assim um muito razoável divertimento para os fãs do género (não vou ao ponto de o aconselhar à população em geral, não vá algum amigo mais sério me trepanar depois de o ver) – o tipo de filme que seria espectável ver no Fantasporto, se o Fantas não atraísse cada vez menos este tipo de filmes.
Los cronocrímenes , Espanha, 2007. Realização: Nacho Vigalondo. Com: Karra Elejalde, Candela Fernández, Bárbara Goenaga, Nacho Vigalondo.
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