Grégoire Canvel é um produtor de cinema independente assolado por dividas, com um catálogo de prestigio mas sem valor comercial, cujo último projecto, realizado por um realizador sueco megalómano e intratável, mas que ele considera um artista, o está a afundar de vez.
A realizadora (mulher de Olivier Assayas, já agora) filma com melancolia e elegância, mas falta convicção ao filme. Nunca conhecemos o homem charmoso e forte que uma personagem recorda, que teimou em produzir cinema independente durante 20 anos, o que nos leva a não sentirmos ou compreendermos a sua fase final - só vemos o homem já derrotado.
Inspirando-se no caso real do produtor francês Humbert Balsan (um dos últimos filmes que produziu foi 'Manderlay', o que torna impossível não associarmos o tal realizador sueco do filme a Von Trier...), Mia Hansen-Løve dá-nos o retrato de um homem triste e acossado, que às tantas desiste.
A realizadora (mulher de Olivier Assayas, já agora) filma com melancolia e elegância, mas falta convicção ao filme. Nunca conhecemos o homem charmoso e forte que uma personagem recorda, que teimou em produzir cinema independente durante 20 anos, o que nos leva a não sentirmos ou compreendermos a sua fase final - só vemos o homem já derrotado.
Além disso, o filme perde-se ao querer enquadrar o homem na sua vida pessoal, além da profissional: a segunda metade gira à volta da mulher que tenta salvar o seu legado e da filha adolescente que vai descobrindo um pai desconhecido, mas não se chega verdadeiramente a lado nenhum. O retato de Canvel permanece superficial, a sua mulher não ganha nunca consistência e apenas Alice Gautier, a brava adolescente a quem estão a acontecer muitas coisas, permanece na nossa memória.
Le Père de Mes Enfants, E.U.A./Canadá, 2010. Realização: Mia Hansen-Løve. Com: Louis-Do de Lencquesaing, Chiara Caselli, Alice de Lencquesaing, Alice Gautier, Manelle Driss, Eric Elmosnino.
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