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4.3.05

Sideways



A propósito de Garden State, já aqui falei de 'pequenos filmes' cuja qualidade advém dos actores e do argumento. O realizador pega num grande argumento (muitas vezes escrito ou adaptado por ele próprio), escolhe os actores à medida, agita muito devagarinho e o resultado é um filme muito cá de casa. Acontece que de vez em quando o resultado sai tão bem, tão bem, que o filme transcende o mero estatuto de filme-que-não-é-uma-obra-prima-mas-do-qual-gostamos-muito, e atinge o estatuto de quase-quase-obra-prima ou mesmo obra-prima-e-pronto. Exemplos recentes? É fácil: Punch Drunk Love e The Royal Tenenbaums. E Sideways, pois claro (os dois primeiros são comédias melancólicas; Sideways é mais um filme melancólico com momentos cómicos). O ponto de partida é simples: Miles e Jack tiram umas férias pela California vinhateira. O objectivo do primeiro, um professor e escritor não publicado que anda deprimido desde o divórcio, é apreciar vinhos (é um enófilo, embora às vezes carregue demais nos copos), o do segundo, um actor de séries e anúncios, é aproveitar a ultima semana antes do casamento para dar umas quecas. A partir daqui temos um dos melhores filmes deste início de ano (já de si invulgarmente bom), baseado, pois então, num argumento em que todos os diálogos e todas as cenas são perfeitos, e no fantástico quarteto de actores: Thomas Haden Church, Virginia Madsen (que não via há longos anos, desde Hot Spot), Sandra Oh e, dominando todo o filme, Paul Giamatti, cujo facto de não ter sido sequer nomeado, fica como a maior barbaridade dos Óscares deste ano.

3 comments:

Anonymous said...

Também gostei bastante de "Sideways". A atuação de Giamatti é um show; quanto ao Church e Madsen, acho que estão corretos, mas não vi motivos para as indicações ao Oscar. Abração.

Maffa said...

Um filme bem disposto. O ar de falhado do Giamatti é o melhor de todo o filme...

Unknown said...

O Giamatti está fantástico, como sempre :)