Gosto muito de filmes sobre policias, talvez porque seja o 'género' que hoje em dia mais se aproxima dos extintos westerns, dos quais sou um saudosista sem remédio. Esta aproximação filmes de policias/filmes de cowboys faz particularmente sentido em 'Assalto à 13ª esquadra' (o original), em que Carpenter se inspirou declaradamente num subgénero típico dos westerns em que um sheriff corajoso e meia dúzia de ajudantes tinham que defender o forte ou a terreola de um grupo de bandidos ou de índios, e muito particularmente na obra-prima de Hawks, Rio Bravo. Confesso que vi o filme de Carpenter (entretanto convertido num clássico série B) há longos anos e que a minha memória dele é muito difusa. Seja como for, e mesmo tendo sobre si o peso destas comparações, Jean-François Richet, mesmo não sendo um Jean-Pierre Melville, aguenta-se bem. O filme tem defeitos óbvios: não explora até ao limite o espaço claustrófobo da esquadra, insistindo em trazer desnecessariamente as personagens para o exterior, abusa da psicologia barata do policia traumatizado (mas em compensação goza que se farta com a psicóloga de serviço), e nem todos as personagens convencem, com destaque para a de Laurence Fishburne, o bandido imperturbável com voz de Othello. Mas tem também muitas qualidades: confirma o percurso de Ethan Hawke a caminho de se tornar um improvável herói de filmes de acção, consegue manter a tensão e o nosso interesse durante as 2 horas e, numa época de mega efeitos especiais, mantém um saudável ambiente de filme série B, não abusando para além do necessário da pirotecnia. Nada mau.
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24.4.05
Assalto à 13ª esquadra
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Gosto muito de filmes sobre policias, talvez porque seja o 'género' que hoje em dia mais se aproxima dos extintos westerns, dos quais sou um saudosista sem remédio. Esta aproximação filmes de policias/filmes de cowboys faz particularmente sentido em 'Assalto à 13ª esquadra' (o original), em que Carpenter se inspirou declaradamente num subgénero típico dos westerns em que um sheriff corajoso e meia dúzia de ajudantes tinham que defender o forte ou a terreola de um grupo de bandidos ou de índios, e muito particularmente na obra-prima de Hawks, Rio Bravo. Confesso que vi o filme de Carpenter (entretanto convertido num clássico série B) há longos anos e que a minha memória dele é muito difusa. Seja como for, e mesmo tendo sobre si o peso destas comparações, Jean-François Richet, mesmo não sendo um Jean-Pierre Melville, aguenta-se bem. O filme tem defeitos óbvios: não explora até ao limite o espaço claustrófobo da esquadra, insistindo em trazer desnecessariamente as personagens para o exterior, abusa da psicologia barata do policia traumatizado (mas em compensação goza que se farta com a psicóloga de serviço), e nem todos as personagens convencem, com destaque para a de Laurence Fishburne, o bandido imperturbável com voz de Othello. Mas tem também muitas qualidades: confirma o percurso de Ethan Hawke a caminho de se tornar um improvável herói de filmes de acção, consegue manter a tensão e o nosso interesse durante as 2 horas e, numa época de mega efeitos especiais, mantém um saudável ambiente de filme série B, não abusando para além do necessário da pirotecnia. Nada mau.
2 comments:
para mim ficou longe das espectativas, mas parece que fui o unico.
um Abraço
David (Matiné)
Não é mesmo nada mau, até é bem melhor do que esperava...
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