‘Red Eye’ é o mais recente membro de uma longa linhagem de filmes de suspense que baseiam o argumento no facto de serem passados em espaços fechados, quer seja numa casa, num navio, num comboio, etc., etc., de que o membro mais ilustre (e modelo inultrapassável) é 'A corda', do mestre Hitchcock. Geralmente as regras são simples: a história desenrola-se num falso 'tempo real' e tenta jogar com o efeito claustrofobico para aumentar a tensão.
Red Eye segue as regras, mas comete dois pecados graves. Sinal dos tempos, o tal espaço fechado é neste caso um avião, em que uma pessoa é coagida por outra a fazer um telefonema x, ou um parente seu em terra será executado. A premissa é interessante e com bastante potencial, mas infelizmente está longe de ser levada ao limite, revelando pouca imaginação nas situações criadas, sendo quase todo o jogo do rato e do gato que se estabelece entre os dois bastante previsível. É este o primeiro pecado de Red Eye: não surpreende o espectador, não há tensão psicológica (não obstante o excelente desempenho de Cillian Murphy), em suma, falta-lhe verdadeiro suspense. O segundo pecado é ainda mais grave: o realizador tira as personagens do espaço fechado (o avião), e trá-las cá para fora, envolvendo-as numa série de perseguições tipo cartoon, metendo uns momentos de "suspense" a la 'Scream' e culminando com o final mais previsível dos últimos tempos. Resumindo: é um filme pipoca banal, bom para ver na TV num Domingo chuvoso. Vá-se lá perceber porque é que grande parte da crítica portuguesa engraçou com ele...
Red Eye, EUA, 2005. Realização: Wes Craven. Com: Rachel McAdams, Cillian Murphy, Brian Cox , Jayma Mays, Jack Scalia.
1 comments:
Eu até acho que Red Eye é um bom filme até o avião aterrar. A partir daí é que foi o descalabro total de cliches e previsibilidades.
Enfim, melhores tempos virão!
Cumprimentos.
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