'As filhas do botânico' é uma história de amor entre duas mulheres, filmado num tom intimista e pontuado por um par de cenas eroticamente explícitas. Não será talvez aquilo que mais esperaríamos de um realizador chinês, mas o facto de Dai Sijie estar radicado em França explicará algo. Este exílio também lhe permite relembrar-nos de um aspecto de que por vezes nos esquecemos agora que a China está na moda (segundo li há dias, já é o terceiro ou quarto destino turístico mais procurado do mundo): que estamos perante uma ditadura que, como todas, é não apenas repressiva no aspecto politico, mas também brutalmente reaccionária e intolerante no campo dos costumes e da moral.
O filme não escapa a uma certa mediania, a uma competência 'académica', esbanjando por exemplo a tensão erótica criada no início mas esquecida durante longo tempo - há um hesitar entre o intimitismo e o libelo que o prejudica gravemente. Ainda assim vale a pena vê-lo pelos momentos de beleza que nos proporciona: das paisagens e das suas discretamente sensuais protagonistas.
Zhiwuyuan / Les Filles du Botaniste, França/Canadá, 2006. Realização: Daï Sijie. Com: Mylène Jampanoï, Li Xiaoran, Dongfu Lin, Wang Weidong, Nguyen Van Quang.
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