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30.4.08

Boarding Gate — Porta de embarque




‘Boarding Gate’ rima com um Assayas de 2002, 'Demonlover/Agente infiltrada': são ambos thrillers de inspiração noir, passados parcialmente no Oriente, tão elegantemente filmados quanto algo confusos e indistintos. Situam-se assim numa espécie de zona de ninguém, jamais se confundindo com filmes made in Hollywood, mas também distintos do que se espera de um filme francês de autor, passe a expressão démodé, quer seja pelo argumento, quer pelos actores (castings internacionais) e até pela língua.

A cinefilia de Assayas (recorde-se que foi importante critico dos Cahiers) está sempre presente na sua obra, mas por vezes de um modo difuso. Aqui refelecte-se o seu fascinio pela Ásia-Continente (foi dos primeiros críticos a dar atenção aos novos realizadores Asiáticos e foi até casado com Maggie Cheung, com quem filmou os interessantes 'Irma Vep' e 'Clean'), levando as personagens para Hong Kong (em 'Demonlover' era para Tóquio) e mais ainda por Asia Argento, em função de quem o filme parece ter sido feito (em 'Demonlover' tinhamos como musas Connie Nielsen e também Chloe Sévigny).

E de facto, se alguma luz própria este filme irradia, deve-se a Asia, uma das actrizes mais ‘fora’ do cinema contemporâneo, com um rosto entre o angelical e o ganzado e uma pose entre o inocente e o provocante.

Assayas filma-a longamente, de langerie preta, movendo-se meio perdida pelo submundo do crime, indiferente e desamparada, brilhando no meio do lusco-fusco. Só por ela vale a pena ver este filme.
Boarding Gate, França, 2007. Realização: Olivier Assayas. Com: Asia Argento, Michael Madsen, Carl Ng, Kelly Lin

1 comments:

Menina Limão said...

Estou tão irritada com a vida (essa vaca!), por não me ter permitido vê-lo! humpf.

(este, o youth without youth e o três tempos. não me deu qualquer hipótese de vê-los e eu fico mesmo mesmo mesmo mesmo chateadinha)